quinta-feira, 26 de maio de 2011

Da última prateleira!

Ontem à tarde eu estava pensando...
No dia 17 de Fevereiro, ao jogar a parte superior do meu corpo dentro do carro, impedindo com que ela andasse, já que ela não queria que eu fosse junto. Logo depois em que eu falei: "EU te amo, EU me importo contigo e EU não vou deixar com que TU se machuque!" ela me disse: "Para com isso, tu esta me deixando pior"

Todos os dias eu me perguntava como eu estaria deixando ela pior, se eu estava querendo o bem dela?
E eu nunca entendi isso e vinha sofrendo bastante desde então, já que eu não encontrava nenhuma resposta para isso. Mas ontem, após muito pensar e repensar consegui mais um troféu, obtive a tão procurada resposta.

O que ela estava querendo fazer? Se matar.
Quem estava fazendo algo para impedir? Eu, só eu. A mãe e o irmão não fizeram nada a respeito, por não compreender o que estava acontecendo.
Como eu poderia deixar ela pior se eu estava querendo o bem dela? É claro, se ela queria se matar e eu estava ali literalmente lutando contra ela, segurando, fazendo tudo que eu podia para que isso não acontecesse. Eu era a única pessoa que não queria isso. Não digo que a mãe e o irmão queriam a morte dela, mas como só eu estava fazendo algo para impedir, esse seria o único motivo que estaria contra ela, ou seja contra a vontade dela se matar, fazendo com que o único pinguinho de pensamento dela durante aquele surto a complicasse para cumprir o seu objetivo.

Comentei isso com a minha psicóloga hoje e ela me deu toda razão. Tirei um peso da consciência e me senti vitoriosa mais uma vez, por ter conseguido elaborar mais uma vez algo sobre um fato tão difícil de compreender.

Na última vez em que eu falei com a mãe da minha ex, quando eu vi que ela estava se sentindo culpada eu pedi desculpas por ter culpado ela e quando eu liguei pedindo as desculpas ela disse que nunca havia se sentido culpada. Eu já tinha me arrependido naquele exato segundo e toda vez que alguém me perguntava se eu tinha alguma notícia dela, eu dizia que não e nem queria ter.
Em desespero eu me xingava todos os dias, questionando que não era possível só eu estar aprendendo algo com esse fato trágico, eu não conseguia aceitar a possibilidade da mãe dela "não estar nem aí".

Hoje mesmo na janta, meu pai me perguntou se eu sabia algo da mãe dela, respondi que não.
Cheguei em casa e meu celular tocou, nem vi de quem era o número e atendi.
Quando falei alô e surgiu aquela voz fraca e distante, quase como se fosse um sussurro eu logo soube quem era. Sim a mãe dela.

Ao invész de desligar na cara dela, como eu sempre achei que eu fosse fazer, eu fiz totalmente ao contrário, disse alô e perguntei como ela estava, ela disse que estava com o coração na mão e fazendo uma auto-questionação ela disse "sabe eu me sinto muito mal, e se eu tivesse chamado uma ambulância naquele dia que ela teve esse surto e tivesse internado ela, talvez ela estaria viva.." respondi em seguida tentando fazer com que ela compreendesse que fazer algo naquele dia não iria mudar nada, iria acontecer do mesmo jeito, mas completei dizendo que a filha dela, a minha ex, deveria ter tido uma assistência à muito tempo atrás e não só no dia. Tentei dizer que ela precisava não só de uma assistência médica mas sim também da assistência da mãe em todo o passado. Em seguida perguntei se ela havia procurado um psicólogo como eu havia indicado, ela respondeu que sim, mas que isso não estava ajudando, perguntei a frequência com que ela estava indo no psicólogo, ela respondeu de 15 em 15 dias, falei que era muito pouco, disse que ela deveria ir pelo menos 2x por semana, que assim ele conseguiria ajudar ela melhor. Perguntei também como estava o outro filho dela, ela disse que havia internado ele denovo e completou dizendo: "eu preciso lutar por ele né!"
Cara! Isso me tirou um peso sem tamanho das costas, eu odiava pensar que ela poderia não ter aprendido nada e continuar tratando o outro filho da mesma forma, correndo o risco de acontecer isto novamente.
Fiquei extremamente feliz, deu o click na cabeça dela, ela acordou pra vida, acordou para o que realmente é ser mãe. Ela finalmente conseguiu fazer algo para o filho, porque antes quem fazia, tomava todas as atitudes na família quando o bicho pegava era a filha dela. A mãe cuidava da parte financeira e filha do "bem estar" da família. Sério, isso me deixou numa alegria sem tamanho.
Descobri também, que o cachorro que eu achava que teria morrido de solidão, está bem, ou melhor ela internou o cachorro pois ele pegou pneumonia.
Ou seja, por mais que tenha acontecido esse fato tão trágico, ela finalmente estava aprendendo a tirar algo bom em meio a tanta coisa ruim e pesada.

Ainda bem que o livro gigantesco de aprendizado não caiu só na minha cabeça, caiu na dela também.

Estado de hoje: Muito, mas muito feliz e satisfeita dentro do possível perante a situação.

Um comentário:

  1. Oii acabo de ler seu blog,vejo que vc é uma pessoa batalhadora e guerreira tanto por sentimentos e pelo seu dia-a-dia parabéns,lika te desejo toda positividade do mundo vc mereçe lute lute o quanto puder que vc ainda vai vencer por isso.bjs se cuida DUDI

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