quinta-feira, 28 de abril de 2011

"E depois?"

Toda vez que eu acho que eu to "cada vez melhor", eu vejo que eu não estou tão bem assim.
Achava que agora, que ela iria fazer menos parte do meu dia a dia, mas não.
Cercada, não são só os lugares, as coisas, as comidas, os cheiros ou a nossa rotina.
É muito mais que isso, além dos fatores externos, existem os internos.
Os internos por sua vez, se ligam com os externos, como uma propina.
É de uma forma ilícita que os pensamentos se misturam com as lembranças e exigem cada vez mais de mim.
Exigem que eu separe: passado, presente e futuro, memoria, saudades e fantasia.
Quando eu penso que ela realmente não sabia o valor que ela tinha pra mim, me obrigo ligeiramente a pensar: Não importa o que eu ou os amigos sentissem. O que ela queria ela jamais iria ter, não pelo menos da forma que ela queria. Dai eu "paro e penso", ela se importava sim comigo, se ela não se importasse não teria pedido desculpas, não teria dito que me amava.
O amor próprio ou pelos outros, até mesmo pelo cachorro dela era tão inferior assim ao amor que ela queria?
As vezes me sinto uma merda, as vezes me sinto uma semi-deusa, pela forma que agi no dia.
Tenho minha consciência limpa, não só pelo dia, mas como agi todos os dias, da forma que foi a nossa história. Mas eu sempre quero mais, não me dou por satisfeita com o mais ou menos.
O mais sempre é feito para os outros, o menos sempre foi  deixado pra mim.
Sempre me deixei de lado, por  mais que agora eu me veja mais empenhada e voltada a me erguer.
Mas eu faço muitas coisas movida pelo medo.
Tenho medo de perder alguém da minha família, tenho medo que meu cachorro morra.
Tenho medo que tragédias apareçam na minha vida de repente, como foi o caso.
Tenho medo de passar por isso de novo, tenho medo, muito medo.
Eu tento seguir com a minha vida, tentando separar o que aconteceu, só tento.
Porque não tem como, se eu separar eu não vou levar o aprendizado, e se eu não aprender, não cresço, não evoluo e não darei valor pro legado que ela me deixou.
Ela me deixou muitas coisas. Me deixou sozinha, não cumpriu a promessa, deixou muitas duvidas na minha cabeça, mas também deixou uma espécie de bíblia em aramaico mesmo. Que eu só vou traduzir com o tempo, vou aprender até meu último dia.
Maldito tempo, horas corre, horas vai de ré!
Tentando muito separar eu, do acontecido.. eu to bem.
Mas não existe como separar, está em mim, eu vivi isso e de uma certa forma morri por isso também.
Isso...
Quando acho que só eu penso nela, vejo meus amigos contando lembranças gostosas dela.
E são várias! Dai percebo que eles também sentem falta, também estão rodeados por ela, mesmo sem perceber.
Eu cuspo as coisas aqui, mas não vejo ninguém falando disso diariamente ou freneticamente.
Não sei quem está melhor.
Quem não fala ou quem fala demais.
Mas enfim..
No dia que eu me encontrar com ela, ela vai levar um puxão de orelha bem forte, seguido de um abraço muito apertado.
E depois...ninguém sabe.
=)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Inesquecível.

Bom, ontem dormi logo depois que eu postei aqui.
Acordei 1:43 e só dormi novamente perto das 5 horas.
A noite não foi fácil e o dia também não.
Hoje voltamos pro RS, e a minha cabeça não tava na estrada, tava em outra cidade.
Tentei fazer a linha de raciocínio pra não surtar e não ficar presa naqueles dias.
Eu não posso dizer que foram dias maravilhosos, nem horríveis eles simplesmente foram inesquecíveis.
Tanto os melhores dias quanto os piores, inesquecíveis.
Ela ta viva dentro de mim.
E também está enterrada dentro de mim.
A coisa que eu mais acho triste, quando o assunto vira pra mim, é que eu não consigo (ainda) lembrar dos momentos lindos e maravilhosos, sem sentir dor.
É como um sorriso sincero de alguém que levou um soco na boca e perdeu todos os dentes.
É como querer muito aquele abraço apertado, e receber um abraço de médico.
É como fazer uma cirurgia pra consertar uma coisa que só o tempo cura.
É como querer bater a cabeça na parede pra atingir só aquele pontinho que te faz lembrar da dor.
É.. é lembrar e sentir dor.
Mas.. dias e dias né?!
Veremos o que o amanhã guardou pra mim.

domingo, 24 de abril de 2011

Saudades.

Saudade do cacete.
Não to bem hoje.
Tomei meus remédios antes das 22.
Espero que o tempo passe mais rápido.
E que essa saudades que faz tipo uma metamorfose pra dor passe.
Tentarei dormir.
Boa noite.

Teste?

Puta que pariu.
Cara eu não sei se é realmente pra eu ver esse tipo de situação ou se é por acaso.
Quando fui sair de casa (da praia) andei 2 quadras e meia, e vi a seguinte cena:
Uma ambulância, um grupo reunido,  uma voz de feminina chorando alto pra cacete, os paramédicos descendo da ambulância e a brigada chegando no lugar.
Olhei e no sentido que eu estava indo com o carro eu via o seguinte:
Carro da brigada, o cara no chão, o grupo de pessoas, a moto e mais na frente um celta, com pisca-alerta ligado. Comentei com a minha amiga: "Acho que não deu boa coisa não e ela disse, tu acha?
E eu digo, pelo tom da voz dela eu espero muito que seja pelo fato de ter batido no motoqueiro, mas eu acho que é porque ele não se mexe. E de fato era por ele não se mexer mais.
Isso ocorreu à 2 quadras e meia da minha casa da praia.
Resumindo, eu não passei mais pela rua que eu "deveria" passar.
Fui pela rua de trás. E mesmo assim, vi as luzinhas piscando.
Eu realmente não quero isso pra minha vida.
Doi saber que tu não tem mais como reverter a situação.
Doi, saber que tu não tem função nenhuma ali.
Só dói.
Quando estava à caminho de casa, passei pelo local onde havia acontecido o acidente...
E falei pra 3 pessoas que estavam ali: Meus pêsames.
Eles perguntaram: Tu conhecia o rapaze? (gíria local)
Respondi que não, mas que eu sabia a dor de uma perda.
Eles falaram: ah tudo bem.
E vim pra minha casa.
Cara, que bosta.
Aham, faz parte da vida sim..
Mas porque eu tenho que ver isso?
Porque isso?
É um teste?
Se for, que não quero mais.
MESMO.
Não quero mais dor. Chega.

Esqueci de comentar outra coisa que aconteceu ontem, combinamos com o pessoal de nos encontrar no mesmo lugar de sempre, um bar que vende, polar, baguete e toca rock!
Quando estávamos saindo do carro, vem meu amigo correndo e diz: deixa eu entrar no carro! minha amiga pergunta ué porque?  Ele diz, vamos embora daqui, depois eu conto.
Ele falou, sabe essa molecada ai do lado? (eram uns piá mesmo) de bicicleta, moleton com capuz e boné.
Respondi que sim, e ele seguiu dizendo.. É eles acabaram de trocar tiros aqui com uma outra gurizada.
Tipo.. lol? Agora é moda piá de merda andar armado e sai dando tiro por ai.
Ah se fude né. Palhaçada.
Eu já tenho um medo maior do que eu tinha antigamente, medo de perder alguém (outra vez) e por qualquer motivo imaginável ou irreal.
Dai vejo a maldita da ambulância com o cara da moto morto.
E depois quando acho que vai ficar tudo bem, porque vou me divertir com meus amigos no nosso barzinho, tem gente trocando tiro! 

Então fomos pra Ferrugem, pouca gente e a probabilidade de algo dar errado era menor.
E realmente, nada deu errado.

sábado, 23 de abril de 2011

Momentos.

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram, para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam e tentam sempre.E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Viver.

Eu realmente estou feliz pelas coisas que vem acontecendo na minha vida.
Consegui dar passos, importantes na minha vida, importantes para o meu pensamento e principalmente no meu modo de agir.
Hoje foi um dia, ou melhor uma noite em que eu vivi cada segundo.
Veja bem, eu não apenas sobrevivi, eu vivi.
Amigos, fofocas, casos, problemas, vida.
Assuntos falados e comentados nessa noite, e que eu espero que se repitam muitas e muitas vezes.
Logo mais uma das minhas melhores amigas está chegando então, e eu espero que seja um complemento as minhas prioridades, que é aproveitar tudo com muito mais força.
Minha prioridade nesse momento é viver intensamente.
Não, eu não quero viver intensamente pra morrer cedo.
Eu preciso fazer muitas coisas ainda na minha vida, não só por mim, mas pela minha ex.
Minha psicóloga diz que eu não posso pensar em fazer as coisas por ela ou em respeito a ela, mas é impossível não pensar assim.
É tudo muito rescente, e desculpa se eu bato na mesma tecla.
Mas eu realemente venho conseguindo coisas, que eu jamais conseguiria.
Viver.
Uma palara simples, mas com muita importancia pra mim.
Adoro este lugar, adoro respirar aqui, adoro viver aqui,
Vou voltar logo é claro, mas esse sentimento presenciado aqui, é algo inesplicavel.
Eu vivi aqui e lá, eu estou feliz, aqui e lá.
PelamordeDeus, não pense que isso vai substituir tal sentimento.
Por incrível que pareça, esta passando romeu e julieta.
Ironia do destino?
Bom, outra coisa que eu preciso comentar, é que eu consegui voltar pra equipe de eventos de um jogo online de no qual eu jogo a bastante tempo.
Minha felicidade não é apenas por ter voltado a ajudar e a trazer a felicidade a algumas pessoas, e sim por poder fazer um bem "mundial". Pessoas distantes se unem com um unico propósito: diversão.
Tá. São poucas pessoas, mas de grão em grão a galinha enche o papo.
Bom, eu precisava compartilhar a minha alegria, antes eu não consegui fazer isso direito.
E quando algo me "tranca" eu não consigo deixar passar.
Boa  noite a todos.
E esses anônimos que comentam aqui, me dão razão e motivo para seguir em frente.
Parece pouco, mas como eu disse, um obrigada, significa muito pra mim.
Obrigada por lerem isto.
Obrigada por criarem um vinculo comigo, mesmo que virtual.
Obrigada por tudo.
Obrigada pelo seu obrigada.

Beeejo

terça-feira, 19 de abril de 2011

Trégua.

Bom, depois de ter sido atacada brutalmente pela minha própria tpm e ter sobrevivido, sinto que ganhei uma trégua...
Eu já tinha comentado que eu morria de medo de me tornar uma viúva velha com 23 anos..
Bom, aconteceram coisas muito legais nesse final de semana passado.
Na sexta, eu fiquei com uma pessoa que é muito especial pra mim, com uma amiga minha, e aí eu já senti que havia dado o primeiro passo, pra não me sentir/ficar na tão temida viúves.
Dormi na casa dela, então dei o segundo passo, no qual eu achei que iria ser muito mais difícil.
Já comentei aqui que eu tenho a mania de apressar as coisas.. gente eu nasci de 6 meses e meio, já nasci apressada!
Mas voltando ao assunto anterior.. eu estaria mentindo se não falasse que em alguns segundos a minha ex aparecia na minha mente, sem que eu quisesse isso, mas não foi nada difícil como eu achei que iria ser.
Foi algo bemmm legal, mesmo, pq como eu disse foi com uma pessoa especial pra mim.
Acordei com um pensamento, que a minha psicóloga disse ser inevitável. Por alguns segundos pensei, ai meu Deus! Será que eu trai minha "ex- namorada"? Mas logo respondi a mim mesma.
Não tu não traiu, ela morreu. É uma bosta ter que dizer/pensar assim, mas foi o que aconteceu e tu ta seguindo a tua vida, ta tocando ela pra frente.
E tenho certeza que ela está feliz por eu estar conseguindo sobreviver ao trauma, do acontecido.

Obs: Eu não tenho o costume de falar sozinha ok? Eu falo comigo mesma no pensamento.
Falo sozinha quando to muito P. da vida, mas dai normalmente eu to xingando alguém.

No Sábado, fiquei com ela novamente e foi legal.

Como eu digo, normalmente eu consigo levar isso "até que bem", mas quando to na tpm não da certo, fico sensível ao extremo e fode com tudo. Quando a tpm vem forte e a agonia vem de uma forma devastadora, o difícil é me convencer de que isso vai passar, a dor é tanta que eu penso que se isso durar mais 5 dias, vai tirar toda a minha energia e eu vou morrer, simples assim.

Agora, passou a tpm, eu sobrevivi a essa maldita e coisas legais aconteceram comigo.
Pela primeira vez eu sinto uma trégua, das lembranças ruins e da dor.
É óbvio que a dor existe, mas essa dor tem cedido espaço pra felicidades e isso é ótimo.
Fez com que tivesse um final de semana extremamente agradável.
Finalmente tive um pouco de paz, consegui também mostrar a mim mesma que eu não vou ser uma viúva pra sempre, e eu realmente gostei da forma com que eu venho lidando com tudo.

Sim eu tento uma auto avaliação, me considero nota 8.
Pra me dar 10 eu teria que ser uma psicopata e não sentir dor nem a falta dela.
E eu to BEM longe disso.
Eu sinto falta dela, mas eu não posso viver pensando na morte.
Eu ainda não aprendi a lembrar das coisas boas sem sentir dor e sem que as coisas boas terminem na pior coisa, a morte dela. Isso vai demorar e eu tenho que me acostumar e seguir com a minha vida.

Eu sempre digo que venho sobrevivendo.
E nesse final de semana eu pude dizer:
Eu vivi.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

TPM ataca outra vez.

Hm.
Definitivamente eu ODEIO a tpm.
Eu já sou sensível, dai vem essa coisa aí e pronto, estraga com tudo.
O que tinha peso um passa a ter peso trinta e o que tinha peso cem vira uma tonelada.
Ontem eu tava tomando banho, depois de fazer exercícios, quando me vejo, estou com os braços esticados, fazendo sinal com as mãos e com uma cara de desespero, medo e tudo o que puder junto.
Só percebi que eu tava fazendo isso, porque eu bati no suporte do shampoo.
É eu tava na cena outra vez.
Mas porra, até estiquei os braços...
Ta vendo, é desse tipo de coisa que eu tenho medo, é nesse tipo de lugar que todas as coisas ruins     (in)imagináveis "acontecem".
Lembranças/sentimento/imaginação e é ai que mora o perigo.
Na minha própria cabeça, ok.. ok.. dessa vez eu tenho motivos reais e medos reais.
Mas é a parte da lembrança que por um tempo parece fantasia, e que quando eu vejo eu já estou dentro da minha fantasia, sentindo todos os tipos de sentimentos, com uma coisa que não está acontecendo agora, mas com uma coisa que já aconteceu.
Volto a dizer, odeio a tpm.
Tudo parece mais pesado.
Enfim é 00:14, vou fazer exercícios, afinal tão cedo eu não durmo igual.
E os quatro comprimidos, totalizando 275mg pra dormir, não tem feito efeito.
E volto como nos velhos tempos, dormir só quando o corpo não aguenta mais.
Vou caminhar.
Maldita tpm.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Supernova

Acordei e já me enfiei em um jogo online.
No decorrer da tarde eu decidi passar meu número do celular pra Tim.
Liguei pro shopping perguntando se a loja já havia reaberto, pois ela estava em reforma antes,  pois bem, a loja estava aberta sim, mas quando cheguei lá não deu pra fazer a portabilidade. Blá blá blá o sistema está fora do ar blá blá blá, enfim só semana que vem.
Já que fui até lá, pra não perder a viagem, fui comprar incensos.
Lembro quando fomos comprar incensos juntas pela primeira vez, ficamos surpresas, indignadas e ao mesmo tempo mais apaixonadas, o incenso favorito era o mesmo.
Era uma forma estranhamente linda, duas pessoas que se odiavam (mesmo) tinham tanto em comum.. era uma fusão.
Então, voltando ao incenso, passei por um corredor de lembranças.
A loja de meias, onde ela só comprava meias brancas, curtinha, mas não muito curta, quase sem detalhes. A loja de cigarros e charutos, onde sempre parávamos pra olhar os isqueiros, narguiles, facas, canivetes e bugigangas. Do lado a loja imaginarium, onde eu sempre comprava alguma lembrancinha pra ela. O cinema, que me lembrou dos filmes que não vimos e dos desenhos que ela dizia que eu me parecia. A Chilli Beans, onde íamos direto comprar algo.
E por fim a loja de incensos.
Não achei o incenso que eu queria, peguei outros, mas dessa vez não peguei pelo cheirinho, peguei pelo efeito que dizia na caixa.
Comprei 3 incensos e uma pedra, que diz ajudar a afastar energias negativas.
Na volta do shopping, vim controlando minha mente para não fazer o caminho habitual.
"Dobrar no viaduto, dobrar no viaduto!"
Eu dobrei no viaduto, mas minha mente foi reto.
Cheguei em casa e decidi caminhar na esteira e malhar.
Fiz um cd de 40 min, assim eu escutava musicas que eu gosto e o tempo passaria mais rápido.
Tomei meu banho e coloquei direto o pijama,perto as 19hrs sendo que eu jamais coloquei o pijama antes das 2 da manhã.
Enfim me enfiei num jogo online.
Joguei 8hrs seguidas, tomei meus remédios e fui deitar.
Bastou eu deitar pra eu não me sentir bem.
Não tive ânsia de vômito, mas veio toda janta e a água na minha boca, maravilha, eu não podia vomitar, se não meus remédios iriam junto.
Deitei, fiquei olhando pra tv, mas eu não estava assistindo, estava só olhando pra ela.
Minha respiração começou a aumentar e veio aquele choro trancado.
Pensei.. não vou mais ter como implicar com a obsessão das meias brancas, nem da uma caixa de cotonetes por semana, nunca mais vou ver aquele olhar, nunca mais vou ver aquele sorriso, sorrindo pra mim, as mãozinhas e o coquinho que eu gostava tanto de beijar, não vou mais me afucinhar no pescoço dela, sentir o cheiro dela e dormir em segundos.
Pensei tudo isso em menos de um minuto, coloquei o braço sobre o meu rosto, apertei firme a minha mão, com a intenção de segurar a dela, e rezei. Pedi pra que iluminassem ela.
E no próximo segundo, eu já estava chorando, pensando na falta, na cena, no porque, na morte, na vida, e pensando que tudo isso aconteceu por amor.
É, por amor. O amor nos faz sentir completos e quando não o temos, ficamos vazios.
Como um balão de gás sem a amarra, voando por ai sem destino, contando só com o destino do vento.
Ou como uma peça de xadrez mais necessária, porém sem adjetivo.
Chorei me desesperei por segundos.
Já pensei, não gostei na nova medicação, tenho que toma-lá por 14 dias e for sempre assim a coisa vai se complicar.
Dai eu me pergunto, mas porque é tão difícil sobreviver a isso?
Porque?
É um misto de sentimentos, da falta, do costume, da saudades, da rotina, do amor, da raiva, da compreensão, da incompreensão, da razão, do irreal, da fantasia, da verdade, da mentira, do amor.
Ah sim.. do amor!
Imagino pessoas lendo o blog e pensando: "porra essa guria empacou na mesma tecla"
E tranquei mesmo. Tento levar meu dia da forma mais correta possível, mas a coisa toda não ta só ao meu redor, ta comigo, dentro de mim.
Eu pareço estar cheia de explosões internas, sinto como se estivesse um buraco negro dentro de mim, atraindo supernovas.
Mas as minhas supernovas são todas iguais, são uma pessoa só.
Que vive brilhando e explodindo.
Sempre brilhando, brilhando minha linda estrelinha.

Pronto agora que escrevi aqui, já me sinto mais tranquila pra voltar, deitar na cama e tentar dormir.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O que os olhos não veem o coração sente.

Fui na festa de aniversário de um amigo no sábado.
Fomos a um pub bem legal, arrumadinho e a área pra fumantes tinha teto! Adorei!
Coisa bem boa reunir os amigos e ficar conversando.
Mas né.. eu to entrando na maldita tpm, então as coisas começam a se complicar um pouco.
Conversa vai e vem e eu desligo e vou pro mundinho das memórias ruins, continuo olhando pra cara da pessoa e ainda digo "aham/sim/sei" mas mesmo lutando muito pra esses pensamentos "saírem" da minha cabeça, eles teimam em ficar me assombrando.
Dai eu falo internamente comigo mesma: "Ok, relaxa, respira. Não adianta ficar pensando na cena, no antes, no depois. Só vai é doer. E se eu não lutar contra isso eu não vou conseguir aproveitar a noite, vou me trancar em um mundo que eu não quero ficar, então chega e vamo lá!"
Então depois do pub fomos a uma festa.
Ri bastante, enfim digamos que era uma festa estranha com gente esquisita haha e o pessoal que eu estava junto eram ótimos!
Juro que tentei olhar pra alguem e pelo menos achar atraente, ou interessante ou qualquer coisa..
Mas não deu, não sei porque diabos eu procurava um olhar, um sorriso.
E claro esse eu só vou achar na minha memória, da qual no momento eu quero fugir.
É difícil sabe.. Porque essas coisas vem na cabeça e tu sabe que não deveria pensar desse jeito, mas pensa! E sofre quando pensa. E eu me irrito quando não consigo controlar meus pensamentos.
Acho que isso é a coisa que eu mais odeio na vida, não ter controle sobre os meus pensamentos.
Mas to trabalhando esse lado, existem muitas pesquisas e técnicas que afirmam que bloquear pensamentos negativos é possível sim!
♫ Forget to Remember ♫

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."

Tomei um cansaço com a mudança, e ainda não terminei de guardar minhas roupas.
Hoje era dia de psicóloga e psiquiatra.

Cheguei na psicóloga, comentando da minha dificuldade de arrumar minhas roupas em um guarda roupa imenso. É muito espaço sobrando, normalmente eu iria simplesmente jogar as roupas ali, mas dessa vez não, eu queria arrumar tudo.
Do assunto "arrumação" pulei direto pro assunto: "minha namorada, minha ex-namorada".

Psicóloga: -Interessante como as coisas se ligam, tu estava falando de arrumar, preencher o espaço do teu guarda roupas e pulou de assunto "bruscamente", mas olha como o inconsciente age com instinto; a vida de vocês era muito intensa, vocês estavam sempre juntas, não eram duas pessoas, era uma só, e inclusive isso atrapalhou vocês duas várias vezes, cada uma invadindo o espaço da outra, vivendo pra outra e esquecendo de si, a relação de vocês ocupava todo o teu tempo, todo teu espaço, tudo em ti.
E agora tu precisa preencher esse espaço, esse vazio dentro de ti. Assim como o teu guarda roupa novo.

Eu concordo, disse que fazia muitas coisas pra ocupar meu tempo, mesmo que fossem besteiras.
E nos segundos em que eu começava a viver de lembranças e memórias, eu agia como louca; sacudia a cabeça, fechava bem os olhos, e as vezes até assoprava o ar, na tentativa de tirar isso de mim.
Falei que achava estranho eu fazer as coisas pro meu bem sem me sabotar, que eu acho estranho "a falta do lado negro".
Inclusive questionei à ela: O fato de eu tirar todas as coisas que possam me lembrar ela, enfim tentar evitar um contato visual, pra não cair no mundo das lembranças, é bom ou ruim? Porque olha só, quando tenho um problema eu sei que eu preciso ir e voltar, desatar vários nós, enfrentar o que me incomoda. Mas se eu ficar pensando.. tipo eu não vou mudar o passado, só vou sofrer em lembrar o que aconteceu, e se eu lembrar das carinhas que ela fazia ou coisas desse tipo, eu me arrisco a cair num falso mundo, onde reviver a memória seria viver meu presente. E morro de medo disso.
Eu não quero me esquecer dela, mas é que dói muito... Então o que tu acha?

Ela responde: Tu estas totalmente correta, guardou tudo com carinho e realmente... tu não pode mudar o passado e isso só vai te machucar mesmo.  Mas um dia tu vai ter que tentar ver isso com outros olhos..
Dai eu interrompi ela, dizendo: Eu já fiz isso milhares de vezes, e sempre chego a mesma conclusão. Por mais que eu olhe de um lado, do outro, de cabeça pra baixo, no final eu vejo sempre a mesma coisa, resumindo de um modo estupidamente grosseiro, ela morreu.
Eu fiz o que pude, mas eu não posso mudar todo o passado.

Comentei também que existem várias coisas que me deixam muito mal, por exemplo: sirene.
Qualquer uma, não importa do que, se é de bombeiro, ambulância ou polícia, isso me deixa mal, lembro do dia e penso que alguém, algum pessoa que chamou essa ambulância está sentido exatamente a mesma coisa que eu senti naquele dia, e eu começo a me sentir mal, por uma situação que eu nem sei, por alguém que eu não conheço...me doí em pensar que alguém está do jeito que eu fiquei.
E ela disse que eu tinha mesmo que evitar tudo, as fotos, o nome, as lembranças, enfim tudo mesmo, porque isso é uma coisa que leva tempo pra cicatrizar e toda vez que alguma coisa te faça lembrar à ela, é como se alguém puxasse a casquinha de uma ferida. então eu deveria evitar, pra me fortalecer pra que no futuro nada disso aconteça, que eu possa olhar sem sentir dor.

E por fim, combinamos que assim que eu ficasse mais tranquila com a mudança, eu iria ir 2 ou 3 vezes por semana lá. Eu concordei na hora. E logo mais a sessão terminou.

Corrida para o psiquiatra.
Pra minha sorte, a minha psicóloga havia contado pra ele no dia anterior, disse que ele ficou horrorizado, apavorado e muito preocupado.
Ele sempre me recebe com a mão estendida e um sorriso no rosto, dessa vez não tinha o sorriso.
Comentei por cima tudo o que eu passei, não entrei em detalhes, eu não queria rasgar o meu peito.
Falei que eu ficava muito nervosa, pois o antiansiolitíco faz efeito de até no máximo 4 horas e meia.
Que eu tentava aguentar o máximo possível até tomar o outro comprimido, mas que toda vez que eu esperava demais, eu ficava muito mal, e caia no ciclo vicioso de pensamentos.
Mas apesar de não me sentir "calma" todo tempo, eu não queria aumentar a dose, eu admiti que isso vicia, e ele também.
Mas eu falei pra ele que eu preferia me viciar no remédio por agora, tornar meu sofrimento menos angustiante e depois sofrer pra me livrar do remédio. Porque na real foi ontem, por mais que na minha cabeça pareça uma eternidade. E ele concordou comigo, disse: Realmente, a prioridade agora é tu ficar bem, te fortalecer, passar por esse luto. É de fato sim, mais ganho se viciar no remédio.

E pra ajudar, a minha oitava maravilha do mundo (combinação de remédios que me faziam dormir em meia hora) não funciona mais.
Então chegamos ao acordo de tomar o antiansiolítico duas vezes ao dia, ao invés de três e tomar o zyprexa junto com os outros. Pra ver se diminuia o vazio e se eu conseguisse voltar a dormir.

Então, estava tudo ok.
Na hora da despedida ele me estendeu a mão, olhou bem nos meus olhos e disse: Eu sinto muito.
Olhei pra ele com os lábios pressionados, e simplesmente sacudi a cabeça, sinalizando um "ok".
Mas na verdade quando ele disse isso, eu pensei: Eu também.
Não vou conseguir dimensionar o peso desse "eu também", sei que quando fui esperar o elevador, eu chorei, no estilo criança soluçando.

Impressionante como uma palavra pode significar tantas coisas.
Como uma palavra envolve inumeras coisas.
Envolve a vida e tambéma  morte.
Forma um cíclo.

**To cheia de roxo e destruida da mudança, não liguem se o texto estiver muitas coisas erradas ou sem pé e sem cabeça, to cansada mesmo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

"Times like these you learn to live again".

Ontem quando estava em SC, me deu um "click".... quando voltar pra Porto vou me mudar....
Eu tava com uma rotina bem legal na praia, tava me divertindo com meus amigos, vendo bastante filme e dormindo muito, mesmo! Sabe, comigo o problema não é pegar no tranco e sim "sair" do tranco, demoro pra dormir, mas quando durmo mesmo.
Ontem foi um dia estranho, dia não, a noite foi estranha.
Pessoas do passado surgindo 9 anos depois, com um papo legal e sei que posso parecer besta, mas ele foi querido comigo. Enfim, gostei disso.
Depois uma janta maravilhosa com meus amigos em uma pizzaria, rodízio mara!
E pra terminar a noite com chave de ouro fomos perseguidos por uma pessoa de bicicleta.
Não que isso fosse assustador mas no contexto da história toda foi.
Não vou dar mais detalhes sobre isso, pra não causar grandes problemas pro lado de lá.

Enfim, de volta pra casa.
Sim! Fomos direto pro apto novo, descarreguei minha mala lá mesmo.
Deixamos um monte de coisas lá.
Amanhã levaremos mais coisas, e quarta feira todas nossas coisas estarão lá.
E por um milagre já tomei meus remédios pra dormir.
São sei se é a vontade de acordar cedo amanhã, se é o medo das minhas lembranças, ou simplesmente eu querendo me cuida.
Mas no fundo acho que é tudo junto.
Bom..
Boa noite pra vocês.
♫ Times Like These ♫

domingo, 3 de abril de 2011

"Fogo"

Na madrugada de sexta pra sábado, sai com amigos queridos de SC.
Noite mara! Nos divertimos, eu me controlei na bebida e ri pra cacete, cheguei em casa 5:22.
Nessa noite, eu estava irradiante, estava feliz, e o melhor de tudo, tranquila por estar me sentindo assim.
Quando acordei, abri os olhos e tomei logo ao antiansiolitico, eu tava morrendo de medo de que um noite maravilhosa se transformasse em um dia terrível.
Passei a tarde toda nessa tranquilidade e me sentido em harmonia comigo mesma.
Mas fiquei com receio de postar isso aqui, afinal me permitir ser feliz sem me punir depois, é algo novo pra mim.

Beleza.
Resolvi esperar a noite de sábado, que a principio sairíamos com as mesmas pessoas da noite anterior.
Como disse minha amiga: "Deu problema na kombi!"
Ao invés de 5 pessoas, passaram a 8 e no decorrer da noite, aumentou mais ainda o fluxo de pessoas no ambiente.
Eu estava me sentindo dividida, pois amigas de Bento Gonçalves iriam se unir com minhas amadas amigas de Porto Alegre, para irem a um show e eu queria muito estar junta de todas elas, mas por outro lado eu estava aqui em SC saindo com meus amigos queridos.
Bom, fomos pra beira da  praia, munidas de catuaba, whisky, guaraná e claro, minha cerveja sem alcool.
Com um grupo maior, a intimidade era menor, mas com o tempo isso foi passando.
Alguns mais alegres que outros, mas a barreida da intimidade foi sendo rompida e a noite foi ficando cada vez melhor.
Uma pessoa que fez parte da minha vida quando eu tinha 14 anos, apareceu como que do além, e enfim, conversamos e sei lá, foi legal sabe.
Bom, conversa vai conversa vem, todo mundo rindo, dançando, curtindo a noite linda na beira da praia.
Não tinha uma nuvem, céu estrelado, sem o nordestão na cara, ou seja tudo pra ser uma noite maravilhosa.
Mas alguém olhou pra esquerda, em direção ao Café Mormaii, e vimos uma fumaça densa saindo de lá, ficamos alguns minutos nos questionando se era um luau, ou um incêndio.
Um grupo foi até la ver, e sim, era um incêndio, não na casa em si, mas num quiosque pertencente ao Café Mormaii.
Ligamos pra policia e para os bombeiros.
Os bombeiros demoraram pra chegar lá, sendo que a cidade não é nenhum pouco grande.
Mas "ok"...
Um amigo que tinha ficado lá para dar o "depoimento", voltou e disse que estava tudo controlado.
Conversamos mais um pouco sobre as pessoas estranhas que passavam na beira da praia.
E uma moto com o farol desligado chamou a atenção.
Olhamos pra direita, em direção a vila dos pescadores e vimos uma "fogueira", de longe em como se fosse exatamente uma lenha em brasa queimando, mas em segundos, surgiu um fogaréu pelo telhado da casa.
A primeira coisa que nos veio a cabeça foi: " é uma casinha do lado da outra, muita gente pode se machucar!"
Eu e mais 3 pessoas, fomos direto à polícia, cheguei buzinando feito louca.
O telefone não parava de tocar, e quando finalmente conseguimos falar com o guarda, ele simplesmente disse:  "ah, nós já fomos avisados.."
Então, ok.
Próximo passo, correr pra "vila" pra avisar todos do perigo.
quando chegamos lá só havia 3 pessoas na rua.
Tinha uma viatura policial, e um dos guardas começou a gritar: "vamos lá gente, um balde, qualquer coisa, vamo gente, vamo vamo!"
Eu assobiava e gritava por um balde.
Entramos correndo em uma casa que dava acesso ao lugar onde o fogo estava pegando.
A primeira coisa que vi, foram os tubos de oxígênio numa sala ao lado do fogo, gritei: "Tira, tira isso daqui, se não vai piorar o incêndio!"
Enquanto levávamos os tubos pra fora, um pessoal foi surgindo na rua.
30% ajudou com toda motivação da vida.
Entramos lá, pegávamos baldes e baldes de àgua do mar, enfim, uma correria só.
O maior medo era que o fogo se espalhasse em todo lado esquerdo da rua.
Foi uma correia, mas depois do acontecido, não tem como tu ver algo desse tipo acontecendo e não ajudar.
Foi uma coisa linda.. Várias pessoas que não se conhecem, lutando contra um incêndio imenso pra ajudar os outros.
Depois de termos controlado o incêndio, perguntamos porque os bombeiros demoraram tanto para chegar..
Uma carroça com fogo, foi colocada no meio da estrada, impedindo a passagem de qualquer carro.
Depois de controlar o fogo da carroça, e remove-lá da estrada, eles foram pro Café Mormaii, mas o foco do fogo mais preocupante era na vila dos pescadores.
Foram 3 incêndios na mesma noite, os incendios foram elaborandos em uma forma triangular.
Carroça na estrada (como a ponta do triangûlo), Café Mormaii (na direita) e Vila dos Pescadores (à esquerda).
Um piromaníaco, foi solto à pouco tempo, tem pessoas que juram que essas coisas foram feitas por ele.
E realmente, em uma cidade pequena, não existe a possibilidade de ter 3 incêndios no mesmo dia, em pontos diferentes.
Corri com baldes pra um lado e pro outro, via gente chorando por ter pedido + ou - 50 mil reais nas lanchas que estavam dentro do galpão, que foram perdidas ali no incêndio, eu abracei e disse: Eu sei que isso dói, mas tu tem que dar graças a Deus por ninguém ter se machucado, o material tu consegue outra vez, pode demorar, mas a vida de alguém não tem preço nem tem recuperação.

Cara.. parece coisa inventada.
Parece mentira.
Mas se nós não estivessemos na beira da praia, ninguém iria ver.
Recebi um "muito obrigada" de uma  mulher que era "dona" do local que pegou fogo.
Eu disse: Imagina! Ver e não ajudar, é algo que não passa na minha cabeça.
O que me irrita muito, é saber que o  causador dos incendios, estava ali olhando, excitado com o fogo.
Eu to com cheiro de fumaça até agora, e qqualquer coisa que acontece aqui num dia, toda a cidade sabe no outro. (e te garanto, é mais rápido que a zero hora).
E eu fico imaginado.. o assunto de amanhã (no caso hoje) vai ser os incendios, e eu vou poder dizer, eu estiva lá, eu fiz a minha parte.
Eu posso deitar com a cabeça tranquila e dormir tranquilissíma, sabendo que fiz mais do que devia.
Como eu já disse aqui, ajudar pessoas sempre me fez muito bem.
E depois do acontecido, isso ficou ainda mais evidente em mim.

Desculpem o trocadilho, mas essa noite foi quente.
Cheia de novidades, surpresas e principalmente cheia de vontade de ajudar os outros.

Obs: Meu últimos dias na praia.
Será que promete ser melhor do que esses dois dias?
Espero que sim!

Obs²: : Desculpem qualquer coisa com erro, mas eu to podre. Mesmoo!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Parte de um conjunto"

Quando eu tinha uns 16 anos, eu via que as coisas que se passavam dentro de mim era sentida de uma forma diferente da maioria das pessoas.
Vivia falando que quando eu morresse, iria deixar meu cérebro para estudo, porque não era possível...
O meu "não era possível" não era sobre eu me sentir diferente. Era sobre eu não saber o porque.
Eu sempre gostei de ser diferente da maioria das pessoas, tanto na aparência quanto no modo de pensar, agir, etc.
Comecei a não gostar, quando isso começou a me impedir de fazer minhas próprias coisas.
Mas isso o que? Que diabos era isso?
Problemas externos, da minha infância, eu mesma, ou tudo junto?

Com 21 anos, fiz a pergunta: O que eu tenho?
-Tu é Bipolar.
(fiz cara de paisagem) e falei; Então...?
-Tu tem o transtorno bipolar afetivo, mudanças rápidas de humor... felicidade, tristeza, raiva, culpa, enfim essas coisas que já vínhamos conversando e blá blá blá.
No momento do blá blá blá, confesso que surgiu um princípio de lágrima nos meus olhos, pensei na minha família, se eles iriam sofrer com a notícia ou se iriam entender o que acontecia comigo.
Minha mãe entendeu, concordou e disse pra eu não me rotular assim.
Meu pai desconfia até hoje, embora o meu comportamento esfregue a resposta na cara dele, mas enfim, ele sempre me ajuda com conselhos.
Eu posso e não me importo em dizer, eu sou bipolar!
Porque vou ter vergonha, de algo que faz parte de mim?
E que alívio! agora a incógnita "o que é isso", tinha nome.
Bipolaridade.
Pesquisei sobre o que era, como funcionava, as possíveis rasões, se tem cura ou não...
Eu queria saber tudo, afinal eu tinha um novo item no meu manual, e precisava saber mais sobre ele, sobre mim.

Não vejo isso como um monstro de sete cabeças.
Vejo isso como uma coisa que eu preciso aprender a lidar, a controlar, a conviver.
Podem chamar de rótulo, mas eu considero uma característica.
Rótulo é uma coisa que vem estampada na frente só com o nome, sem grandes explicações.
Eu não me chamo bipoplar, e muito menos vivo em uma lata de conserva.
Tenho nome, dois braços, duas pernas, gênio forte, e um cérebro inquieto.
Também faço parte do grupo dos homo sapiens, com todos seus defeitos e qualidades.
Ser Humano, prazer em (lhe/me/nos) conhecer!