quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Feliz? Aniversário.

Bom hoje é meu aniversário.Eu nunca fui de me importar tanto com essa data, mas a já fazem uns dois anos que eu penso: Mais um ano que eu sobrevivi, e fico feliz mas ao mesmo tempo me vem um sensação de exaustão.Nessa noite, eu tive um sonho legal, mas que mexeu muito comigo.
Eu tinha que escalar uma montanha (não era essas com neve) com precipícios, era uma mistura de equilíbrio e escalada. Eu não estava sozinha, tinha um monte de pessoas que eu não conhecia, e quando chegamos à um determinado ponto, a montanha rachou e todos nós caímos. Dai a coisa ficou um pouco confusa, não sabia se estava viva ou morta, mas apenas estávamos em algum lugar, e esse lugar não era mais na montanha. Lá eu encontrei a minha ex, nos abraçamos sorriamos muito e ela me convidou pra tomarmos um café; era uma mais besta que a outra, com olhar brilhando e aquela sensação de "matar a saudades". Após todo aquele blá blá blá de pessoas apaixonadas que sentem saudades, ela me disse que eu estava indo muito bem, que era pra continuar assim, pra não pensar tanto nas coisas e sim "apenas fazer", ela falava: "viu como tu tem força?!" olha tudo que tu já passou na tua vida, olha o que eu te fiz passar, e tu ta ai na faculdade, te esforçando pra mudar teus hábitos e está seguindo em frente, eu sei que não é fácil, tanto que eu não aguentei, mas tu.. tu tem que aguentar, tem que continuar e tu mais do que nunca deve ter orgulho de ti. Hoje é uma data especial é um marco da tua luta, da tua força em resumo da tua sobrevivencia e tu deve comemorar sim! Fiquei só escutando e tentando assimilar as coisas, mas preferi abraça-la, me agarrei nela, toquei em todo corpo dela chorando e dizendo, meu Deus como eu tava com saudades de ti, cada parte, cada detalhe, teu cheiro e meu Deus o conforto.
Acordei no meio da noite procurando ela ao meu lado na cama, e vi que isso tudo não era verdade.
Só encontrei um monte de travesseiros e meu cachorro, coloquei a cabeça pra baixo do travesseiro e peguei no sono novamente chorando.
Acordei chorando e me lembrando de cada detalhe do sonho e quanto mais eu lembrava mais eu chorava.
Eu sei o resumo de tudo isso, sei o que é e o que não é.
Me fez encarar a realidade do que está acontecendo comigo, não que eu não soubesse, mas era um reforço pra eu ver como eu estava indo bem.
Eu sei que não posso mudar do 8 pro 80, mas eu to tentando e acho que é isso que importa, ou melhor eu quero continuar tentando, até que um dia eu chegue no 80 ou quem sabe no 100.
Hoje é dia de comemorar, mas também é dia de ficar em baixo das cobertas, no refugio.
Me dar contar de tudo que aconteceu e está acontecendo, assusta, me orgulha e dói.
É uma mistura de sentimentos, mas hoje como é meu aniversário, vou de dar de presente o direito de me refugiar, mas que as coisas não fiquem tão intensas, vou me dar um descanso mental de presente.
Amanhã eu espero estar com as energias recuperadas, enfim... amanhã...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dor

Sabe, todos os dias eu me pergunto se isso algum dia vai passar.
Saudades, dor, tristeza, amor.
É muito sentimento.. muita coisa intensa. Muita coisa me lembra ela e em seguida o que aconteceu.
Dai vem a dor, a saudades e logo depois essa saudades de torna dor.
Tento não esquecer da frase "tu é muito mais forte do que eu e vai muito mais longe do que eu", mas todos os dias me pergunto se essa minha força é realmente forte.
Eu to indo sabe.. to fazendo as minhas coisas, to seguindo a minha vida. Mas é muito difícil, não que eu queira desistir, mas é muito dolorido, de verdade.
Sempre que alguém diz: "Eu imagino o que tu passou", eu fico pensando.. Não, definitivamente tu não sabe o que eu passei. E se passou por algo parecido, tenho certeza que a minha história de vida é diferente da tua portanto as coisas aconteceram de uma forma diferente. Conclusão; sentimos as coisas de formas diferentes e esse sentir é em vários aspectos.
Quem me vê, assim digamos que, por cima, pode até se arriscar em dizer que eu estou mais forte. Hum, ok, em certo ponto sim. Mas eu sinto como se tivesse passado por uma troca de óleo e no lugar do óleo colocaram algo corrosivo dentro de mim.
Por fora eu estou bem, mas por dentro sempre tem aquela coisa me machucando, fazendo com que eu sinta dor.
Tem muita coisa legal na minha vida acontecendo, mas também tem sempre  aquela coisa que dói.. e como dói.

domingo, 7 de agosto de 2011

Coberta...

Faculdade começou e estou adorando.
Tirando o fato de não conseguir acordar muito cedo (coisa que tem me atrapalhado bastante), afinal não consigo resolver coisas que não estejam ligadas a faculdade.
Outra coisa boa é que eu não estou mais tomando o remédio pra ansiedade, to tentando enfrenta-la sozinha.
Não consegui pegar minhas receitas essa semana.. a tpm veio e bingo!
Algumas coisas não deram certo, a agonia veio e enfim, como era o único remédio que tinha, tive que tomar o remédio pra ansiedade.
Vão fazer sete meses.. e quando eu acho que as coisas estão ficando mais fáceis.. não sei.. maldita tpm, fiquei tão triste e  querendo pensar como um rato que não quer sair da toca, ontem preferi vir pra casa do que ir em uma festa, não tava muito bem, e tinha medo de que de alguma forma eu não me fizesse bem.
Sabe.. é tanta saudades e sim, ainda é extremamente difícil, uma vontade de chorar absurda, mas eu não consigo. Tenho vontade de ficar em baixo das cobertas e deixar que e dor me transporte a um momento que não me pertence mais, mas ainda faz parte de mim.
Algumas lágrimas pra fora, já me deixam mais leve, mas eu sei em um lugar que eu posso chorar a vontade, na minha psicóloga, não sei porque tanta facilidade pra chorar lá, tá, eu sei, mas enfim.
Hoje eu não sei de mais nada e só espero que passe logo e que amanhã as coisas estejam melhor.
Preciso dos meus remédios, preciso ir ao dentista arruma o aparelho e preciso ir pra aula amanhã. Mas pegar as receitas e ir pra aula, não são compatíveis. Não sei qual deles escolher. To cansada, vou voltar pra baixo das cobertas.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Vivendo de fantasmas"

Me sinto mais uma vez derrotada pelas lembranças.
Sempre digo, quem procura acha, fui tirar as últimas duas pastas de fotos dela do pc entre um ctrl+c e ctrl+v, um click, não resisti e olhei todas as fotos.
Chorei perante a saudade e a minha sensação de impotência.
Enjoo, dor de cabeça e dor no peito.

"O que é meu irmão, eu sei o que te agrada e o que te dói, e o que te dói
é preciso estar tranquilo pra se olhar dentro do espelho, refletir
o que é?
seja você quem for eu te conheço muito bem, isso faz bem pra mim, isso faz bem pra vida
onde quer que vá eu vou estar também, eu vou me lembrar daquela canção que diz..."

E sabe o que mais me irrita é saber que meu pai não entende minha dor, muito menos a minha condição psicológica. É chato, incomoda, eu falo "a" e ele entende "b" mas sempre foi assim, não sei o porque que eu ainda me abalo com isso. Deve ser pela necessidade da maldita compreensão de tudo que me envolve seguido disso a aceitação. Ele sempre vê problema em tudo, qualquer coisa que alguém fale vai dar errado, em todas as situações ele acha algo pra dar errado. Isso desanima sabe, vejo o meu próprio eu nele.
Uma pessoa muito familiar e ao mesmo tempo um estranho do qual eu não quero chegar nem perto.
Eu sei que posso contar com ele pra tudo, mas do que me adianta se no assunto mais importante ele não intende, ou seja, ele não me intende.

Ele disse que eu vivo de fantasmas.

Se ele está se referindo à o ultimo acontecimento trágico, isso ainda não é um fantasma, foi ontem tá no meu passado-presente-continuo, vai levar algum tempo pra eu ficar 100% e discordo se ele estiver se referindo à fantasmas em relação  a isso. E se não for sobre isso, os únicos fantasmas, são aqueles "problemas" pessoais e familiares dos quais eu já disse aqui que eu não quero comentar, não que eu queira fugir disso, mas já foi comentado o bastante na minha psicóloga e acho melhor tentar esquecer.
Se tem algum fantasma que eu vivo são sob as sombras do passado que se referem a minha base familiar.
O limite entre a emoção e a razão e grande, mas é como se fosse segurado por um barbante desgastado.
As vezes os pensamentos de chutar o balde tendem a querer sussurrar ideias, das quais eu não quero pensar. Não quero me dar essa possibilidade.
To com ideias que voltam totalmente pro outro lado, pro meu outro lado.
Não quero assombrações perto ou fazendo parte de mim.
Não preciso de palavras negativas muito menos das argumentações que me deixam pra baixo.
Esse tipo de coisa eu já tive demais.
Quero apenas que me deixem tentar ser feliz em paz, do jeito que por hora eu consigo fazer.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Orgulho.

Quando alguém me fazia a pergunta: "Que coisas tu pretende para o teu futuro?"
Eu sempre respondia: "Eu não sei, eu só quero é ser feliz, não me imagino tendo uma vida de luxo nem sendo uma empresária de sucesso, eu só quero é felicidade embora eu não saiba ainda o caminho para isso.
No ano passado, meu mundo era preto, não tinha branco, nem colorido.
Hoje descobri um mundo cheio de cores, eu me descobri. Hoje posso ver e sentir um monte de cores, essas cores compõe o meu significado pra vida. Eu finalmente me sinto viva.
Estou numa felicidade enorme de pode dizer: Eu tenho orgulho de mim.
Eu já passei por tanta merda na vida, que hoje eu sei o valor que ela tem.
Pra alguns pode parecer besteira, descobrir o valor da vida, mas pra mim é uma novidade, e que novidade bem boa! Eu posso sentir isso!
Hoje o "ser feliz" tem um rumo, eu tenho um rumo, a minha felicidade é poder ajudar os outros.
Hoje decidi coisas importantes, vou fazer psicologia. Não pra me ajudar (eu pago a minha psicóloga para isso) mas sim pra poder ajudar os outros, junto ao meu projeto.
Descobri que sou forte e que todas as boas ideias que ficavam dentro de mim, hoje podem se tornar realidades.
Eu tenho orgulho de viver.

sábado, 11 de junho de 2011

Andando nas nuvens.

Bom, eu já havia comentado aqui que eu estava atrás de algum grupo onde eu pudesse me encaixar para fazer palestras sobre depressão, suicídio e também para diminuir o preconceito contra tratamento psicológico, remédios psicotrópicos e afins.
Mandei e-mail explicando resumidamente tudo o que havia acontecido nos últimos tempos, e citei algumas das mudanças que haviam acontecido na minha vida. Enviei uma mensagem para a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga e para minha surpresa, no outro dia eles entraram em contato comigo pelo telefone.
Saí correndo pela casa, dando pulos de alegria pois antes eu estava cheia de ideias mas ainda não tinha conseguido coloca-las em prática.
Isso que aconteceu foi de uma extrema importância pra mim, alguém me deu ouvidos! E o melhor ainda era ter sido ouvida por por pessoas que já fazem um trabalho excelente, reconhecido e super conceituado.
Marquei uma reunião para ontem, cheguei lá e o rapaz que estava próximo da porta me recebeu com sorriso e um abraço extremamente amigável, me deixando super a vontade.
A energia da casa da Fundação é algo inexplicável, só ao entrar lá tu já se sente bem, ainda mais com pessoas que estão ali para multiplicar a valorização da vida.
Cheguei as 14 e sai de lá pelas 16 horas, conversei um monte e fui apresentada à Diza, mãe do Thiago, até ela leu o meu e-mail e disse que eles estariam ali pra me ajudar no que fosse preciso.
Alguém tem noção da importância disso pra mim?
Foi tudo muito bom, todas as pessoas que eu conheci lá são maravilhosas, sai de lá me sentindo como se eu estivesse andando nas nuvens, afinal o que era apenas uma ideia estava se tornando mais próximo de um projeto concreto.
Pretendo me oferecer como voluntária lá, assim eu já iria me sentir mais satisfeita, estar ajudando as pessoas com a ideia proposta pela Fundação faria com que eu me sentisse útil e realizada. É como juntar a fome com a vontade de comer.
E claro, vou atrás das coisas para realizar o meu projeto.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Louca Realidade

Notei que hoje eu acordei estranha.
É apenas estranha.
Não me senti muito bem, mas não era a dor por ter tirado os cisos, algo estava estranho mesmo e era dentro de mim.
Ao retomar a minha leitura diária do lívro do Luiz Humberto Leite, me deparo com uma situação semelhante, ele relatou que uma forma de se manter "lúcido" na realidade era escrever. Repensei sobre isso e realmente acho que consegui manter a sanidade com a ajuda deste blog.
Ontem uma amiga minha disse: "já é Junho!" e eu pensei: Meu Deus! Ontem era Fevereiro e hoje é Junho, onde foi que eu parei?
Entrei em pane por alguns segundos.. comecei a me questionar se eu realmente havia conhecido uma pessoa, se havia namorado com ela, se ela realmente havia se matado.. eu já nem sabia mais onde eu andava, me perdi sozinha por algum tempo, já não sabia se todas as coisas que eu havia passado até agora eram reais.
Me questionei de tudo, desde as coisas boas até as ruins e óbvio me perguntei se eu existia.
Uma vez eu comentei isso com a minha ex, falei pra ela que ela poderia ser algo fruto da minha mente e me responder que tudo existia por ela ser fruto da minha mente, e não por ser verdade.
Complicado não? Hoje me questionei sobre as mesmas coisas.
Então me apeguei no que eu já havia escrito, sim é verdade, sim aconteceu.
E desde Fevereiro até agora minha vida não passou como um enorme vazio, aconteceram coisas horríveis e aconteceram coisas maravilhosas.
Notei que eu estava com um receio de ir na psicóloga amanhã.
Após muito pensar, acho que eu não queria escutar que isso tudo de fato aconteceu.
Preferia ser taxada como louca, insana, mas que nada disse tivesse acontecido.
Procurei até no google o nome dela, como prova de que eu não estava louca.
Queria eu ser a louca e ter inventado tudo isso.
AH como eu queria me passar por louca.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Da última prateleira!

Ontem à tarde eu estava pensando...
No dia 17 de Fevereiro, ao jogar a parte superior do meu corpo dentro do carro, impedindo com que ela andasse, já que ela não queria que eu fosse junto. Logo depois em que eu falei: "EU te amo, EU me importo contigo e EU não vou deixar com que TU se machuque!" ela me disse: "Para com isso, tu esta me deixando pior"

Todos os dias eu me perguntava como eu estaria deixando ela pior, se eu estava querendo o bem dela?
E eu nunca entendi isso e vinha sofrendo bastante desde então, já que eu não encontrava nenhuma resposta para isso. Mas ontem, após muito pensar e repensar consegui mais um troféu, obtive a tão procurada resposta.

O que ela estava querendo fazer? Se matar.
Quem estava fazendo algo para impedir? Eu, só eu. A mãe e o irmão não fizeram nada a respeito, por não compreender o que estava acontecendo.
Como eu poderia deixar ela pior se eu estava querendo o bem dela? É claro, se ela queria se matar e eu estava ali literalmente lutando contra ela, segurando, fazendo tudo que eu podia para que isso não acontecesse. Eu era a única pessoa que não queria isso. Não digo que a mãe e o irmão queriam a morte dela, mas como só eu estava fazendo algo para impedir, esse seria o único motivo que estaria contra ela, ou seja contra a vontade dela se matar, fazendo com que o único pinguinho de pensamento dela durante aquele surto a complicasse para cumprir o seu objetivo.

Comentei isso com a minha psicóloga hoje e ela me deu toda razão. Tirei um peso da consciência e me senti vitoriosa mais uma vez, por ter conseguido elaborar mais uma vez algo sobre um fato tão difícil de compreender.

Na última vez em que eu falei com a mãe da minha ex, quando eu vi que ela estava se sentindo culpada eu pedi desculpas por ter culpado ela e quando eu liguei pedindo as desculpas ela disse que nunca havia se sentido culpada. Eu já tinha me arrependido naquele exato segundo e toda vez que alguém me perguntava se eu tinha alguma notícia dela, eu dizia que não e nem queria ter.
Em desespero eu me xingava todos os dias, questionando que não era possível só eu estar aprendendo algo com esse fato trágico, eu não conseguia aceitar a possibilidade da mãe dela "não estar nem aí".

Hoje mesmo na janta, meu pai me perguntou se eu sabia algo da mãe dela, respondi que não.
Cheguei em casa e meu celular tocou, nem vi de quem era o número e atendi.
Quando falei alô e surgiu aquela voz fraca e distante, quase como se fosse um sussurro eu logo soube quem era. Sim a mãe dela.

Ao invész de desligar na cara dela, como eu sempre achei que eu fosse fazer, eu fiz totalmente ao contrário, disse alô e perguntei como ela estava, ela disse que estava com o coração na mão e fazendo uma auto-questionação ela disse "sabe eu me sinto muito mal, e se eu tivesse chamado uma ambulância naquele dia que ela teve esse surto e tivesse internado ela, talvez ela estaria viva.." respondi em seguida tentando fazer com que ela compreendesse que fazer algo naquele dia não iria mudar nada, iria acontecer do mesmo jeito, mas completei dizendo que a filha dela, a minha ex, deveria ter tido uma assistência à muito tempo atrás e não só no dia. Tentei dizer que ela precisava não só de uma assistência médica mas sim também da assistência da mãe em todo o passado. Em seguida perguntei se ela havia procurado um psicólogo como eu havia indicado, ela respondeu que sim, mas que isso não estava ajudando, perguntei a frequência com que ela estava indo no psicólogo, ela respondeu de 15 em 15 dias, falei que era muito pouco, disse que ela deveria ir pelo menos 2x por semana, que assim ele conseguiria ajudar ela melhor. Perguntei também como estava o outro filho dela, ela disse que havia internado ele denovo e completou dizendo: "eu preciso lutar por ele né!"
Cara! Isso me tirou um peso sem tamanho das costas, eu odiava pensar que ela poderia não ter aprendido nada e continuar tratando o outro filho da mesma forma, correndo o risco de acontecer isto novamente.
Fiquei extremamente feliz, deu o click na cabeça dela, ela acordou pra vida, acordou para o que realmente é ser mãe. Ela finalmente conseguiu fazer algo para o filho, porque antes quem fazia, tomava todas as atitudes na família quando o bicho pegava era a filha dela. A mãe cuidava da parte financeira e filha do "bem estar" da família. Sério, isso me deixou numa alegria sem tamanho.
Descobri também, que o cachorro que eu achava que teria morrido de solidão, está bem, ou melhor ela internou o cachorro pois ele pegou pneumonia.
Ou seja, por mais que tenha acontecido esse fato tão trágico, ela finalmente estava aprendendo a tirar algo bom em meio a tanta coisa ruim e pesada.

Ainda bem que o livro gigantesco de aprendizado não caiu só na minha cabeça, caiu na dela também.

Estado de hoje: Muito, mas muito feliz e satisfeita dentro do possível perante a situação.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Aceitação

Os sonhos estão me sugando, dormi com o ventilador ligado no máximo com dois cobertores, não sabia se passava frio ou calor, essa noite não foi uma boa noite de sono.
Hoje sonhei que estava sonhando que eu estava com a minha ex, ela estava viva e eu chorava muito, gritava com ela pois ela dizia que queria morrer, eu falava pra ela "porra, tu deu um tiro na tua cabeça, não ficou com nenhuma marca, nenhuma sequela, tá aqui super bem (fisicamente) e mesmo assim tu quer morrer?! Não te entendo, isso não pode ser verdade!"
Nisso eu acordo no sonho do meu sonho e alguém me liga dizendo: "Ressuscitaram ela, ela está viva, bem e falando, ela está perguntando por ti"
Eu falava que isso não poderia ser possível, que eu tinha sonhado com isso agora pouco e que não era pra fazerem este tipo de brincadeira comigo. A pessoa do telefone insistia em dizer que ela estava viva e eu à questionava falando, "isso não é verdade, eu vi ela morta, eu vi o caixão sendo enterrado, tu vai me dizer que no meio tempo da capela pro cemitério tiraram ela do caixão, levaram pro hospital, deixaram ela em coma e que reviveram ela?" a pessoa do telefone dizia: Foi exatamente isso que aconteceu.
Acordei com o despertador do celular, não sabia quem eu era, onde eu estava nem o que estava acontecendo, acordei me sentindo com ressaca mesmo sem ter bebido.
E outra situação foi em que ela estava dentro de um poço, ela tentava subir pelas paredes mas não conseguia, eu entrava no poço oferecia uma mão só que com uma mão só eu não iria conseguir tirar ela de lá, então ofereci as duas, ela falava que assim nós duas não iríamos sair dali, eu disse vamos sim. É nós saímos do poço, as duas estavam capengas, porém vivas. (que era o mais importante).
Claro que esse sonho me mostra o desejo de querer fazer com que o impossível aconteça e ao mesmo tempo me deparo com a minha incapacidade perante a situação.
No dia ofereci minha mão, meus dois braços, meu abraço e não obtive resposta.
Fiz tudo o que estava dentro do meu possível, mas sempre fica a vontade de ser algo maior, de conseguir fazer sempre mais pela pessoa.
Eu queria ter poderes para fazer coisas das quais não são reais, coisas que passariam do meu limite das coisas possíveis.
Como ser humano eu senti a necessidade de ser uma deusa e me vi apenas como uma humana, querendo ser maior e vendo todos os meus planos de futuro, idealizados junto com ela indo por água a baixo, me vi sem ter o mínimo de controle sobre a situação.
Mas como diz minha psicóloga, eu tenho que aceitar que eu fiz inúmeras vezes mais do que eu deveria, que eu fui mãe e namorada, namorada e amiga, amiga e cúmplice.
Que eu evitei que isso acontecesse antes, mas que não cabia a mim evitar este ato eternamente, já que não havia um grande comprometimento da parte dela com ela mesmo.
Não tem como ajudar alguém que nega o problema.
Fiz o que pude e mesmo não me contentando com o que eu fiz é preciso aceitar isto, infelizmente.

*IMPORTANTE: Se alguém souber algum trabalho voluntário em Porto Alegre, como: palestras, grupos, ongs, qualquer coisa referente à depressão/evitar suícidio/palestras escolares sobre o assunto me avisa!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Sonhos"

Meus sonhos tem sido estranhos ou melhor, voltaram a ser estranhos.
Antigamente meus sonhos se resumiam a matar pessoas e morrer.
Nas vezes eu, eu mesma matei, era pra me defender de algo, na vezes que era eu mas não no meu corpo, foram só pela vontade de matar, e nas vezes que morri, eu estava no papel de cada pessoa assassinada no meu sonho, dizendo melhor no meu pesadelo.
Acordava todas as noites apavorada, os sonhos sempre foram ricos em detalhes, sangue, perseguição, dor, sofrimento e sempre sentindo a dor física, alguns incluíam até investigação criminal após a morte da pessoa.
Após muito me observar cheguei a conclusão que quando esses pesadelos se tornavam muito constantes era um sinal de que eu não estava bem e que estava de novo entrando em depressão.
Nos últimos dias tenho tido sonhos que não consigo me lembrar direito, lembro de um com cinco mortes e infelizmente lembro de todos os detalhes, outra coisa muito estranha é que tenho dito lições de vida nos meus sonhos, eu sei que são várias, mas quando acordo não consigo me lembrar delas.
Tenho sonhado à uns quatro dias com a minha ex, sempre abraçando, fazendo carinho e perguntando, porque ela se matou, se ela queria mesmo isso, se ela se arrependeu ou não, qual foi o objetivo, se ela conseguiu ele e se ela esta bem assim. A única resposta que eu lembro é: "Não teve nada haver contigo"
Queria muito me lembrar das outras respostas, pois eu me pergunto sobre elas todos os dias.
Talvez seja pelo fato de ter medo das respostas que eu não consigo me lembrar.

Inúmeras vezes por dia amigos, parentes, coisas, enfim tudo que me cerca, me submete a um tipo de teste, me fazendo lembrar de algo horrível que aconteceu naqueles dias.
Ontem alguém falou sobre olho inchado, como se tivesse recebido um soco, na hora me lembrei do que aconteceu com ela, mas não consegui visualizar direito, tive que fazer um esforço involuntário para lembrar um pouco mais da cena. Achei isso bom, significa que meu cérebro esta bloqueando as imagens que me fazem sofrer.

O bizarro é que na tpm eu lembro de coisas que jamais lembrei como por exemplo: "lembra da vez em que fomos em tal lugar com tal e tal pessoa e fizemos tal coisa?" a minha resposta era sempre não, e agora eu me lembro de todas, todas as coisas mesmo que eu não lembrava e ao mesmo tempo bloqueando muita coisa boa junto com as ruins.

Bom eu precisava vir aqui, e refletir sobre essas coisas e desabafar sobre isso.
Uma espécie de terapia feita por mim, em casa.

Noite Nerd II

Noite Nerd II
Adoro!
Terminando com o estoque de ceva do final de semana.
Comentei com a minha psicóloga sobre a minha tpm de merda e sobre eu registrar o fato de querer aproveitar as coisas e as pessoas que me fazem bem.
Lindo é quando tu recebe coisas boas, fala coisas boas e a pessoa some! Adoro também!
Bom nosso jogo vai entrar em manutenção logo logo e vamos migrar de jogo.
Hoje voltei a ler o livro "uma viagem entre o céu e o inferno", acho no mínimo engraçado como os trocadilhos são semelhantes ainda mais perante as situações!
Por hora é só!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

"Acho digno"

Hoje definitivamente não é um bom dia.
Ansiedade e tpm a mil.
Cólica e nervosismo extremo.
E como na última tpm, eu tenho que pensar que vai passar, mesmo que isso pareça estar me matando.
Amanhã é um novo dia e eu espero muito que essa porra dessa tpm passe.
Descobri em uma pesquisa que: Mulheres bipolares sofrem muito mais na tpm!
Mas isso é uma coisa óbvia... Se nós bipolares temos oscilações de humor frequente, na tpm isso ocorre de uma forma mais intensa, é claro que iríamos nos fuder mais na tpm.
Bipolar + tpm, coisa bem linda!
Eu poderia ser só bipolar e não ter tpm.
Ter só tpm seria pedir demais.
( previ minha psicóloga dizendo: tu sempre se culpa de alguma forma, viu.. já ta dizendo que ter só a tpm seria demais, porque seria demais? ..)
Ela sempre disse que em alguma fase da minha infância eu comecei a me culpar pelas coisas, sem ter culpa.
Mas ainda não descobrimos o que é.. ela já pensou que poderia ser pela separação dos meus pais, mas isso não foi uma conclusão, nem um fato descartado.
Eu me culpo sim por todas as datas comemorativas, ter que escolher com quem ficar: na minha cabeça é quem eu vou deixar triste. Porque sempre um fica triste se eu passo com o outro.
Por mais que hoje em dia eu faça um "revezamento" eu ainda carrego aquilo da infância.. um sempre vai ficar triste por não me ter por perto. Mas ainda acho que isso não seja o motivo da "culpa eterna" ou melhor do castigo eterno.
Sempre acho que sou digna de algum punimento.
Só não sei porque diabos.
Hoje eu vim aqui pra reclamar mesmo.
Meus amigos estavam aqui em casa, mas eu prefiro não incomodar ninguém com meus resmungos.
Pago psicóloga pra isso e aqui é uma questão de necessidade de desabafo.
Também tenho que deixar registrado que mesmo sendo um dia ruim, teve coisas boas sim!
Amigos e muita risada.
E eu to querendo aproveitar mais as coisas que me fazem bem.
As pessoas que me fazem bem.
Também me acho digna disso, eu mereço coisas boas.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

"Valer o dia"

Fui ao psiquiatra, falei sobre diminuir a medicação e voltar a tomar sertralina, então estamos diminuindo o valdoxan até acabar e no lugar vou tomar o zoloft porém pela manhã.

Nisso economizo 420 reais. Meu pai adorou a noticia hahaha e completou dizendo "ainda bem que existe a medicação". (concordo)

Tem pessoas que são contra ir ao psicólogo e tomar remédios.. digamos psiquiátricos.
Fui a minha primeira vez na psicóloga por volta dos 5 anos, época em que meus pais se separaram.
E a primeira vez que fui no psiquiatra tinha 21 anos.
Fiz um exame, onde algumas mechas do meu cabelo foram tiradas e mandadas pra análise no exterior.
Sim minha depressão é química, meu corpo não produz serotonina e endorfina suficiente.
Bom sobre a bipolaridade acredito eu, já ter uma pré disposição somada ao modo como a minha vida "aconteceu". Então me tornei instável emocionalmente.

Primeiro dia que tomei a sertralina e o remédio para tirar o cansaço, me senti drogada haha, tinha que me controlar pra não falar demais e me mexer. Inclusive minha amiga "ritinha" (apelido dado porque ela toma ritalina) disse: "ihhh hoje tu ta bemm pior do que eu, não para de falar" hahaha
Eu interrompia todo mundo! Tava insuportável, mas me diverti e me senti extremamente viva.
Metralhei a minha psicologa, nunca mais calei a boca e até ela riu, quando eu disse que eu sabia que eu tinha ficado um pouuquiiiinhoo elétrica, sacudindo os pés e mexendo os dedos hahaha.

Nosso medo (meu e do meu psiquiatra) era que eu não dormisse. Mas eu durmi feito um anjo.
Dormi cedo.. entre 2:30 e 3:30 e nesses ultimos 2 dias acordei entre 9:40 ~10:00 horas.

Como eu já disse ali em cima, ontem passei todo o dia elétrica, com dor de cabeça e sentindo enjôos. (sim, alguns remédios tem alguns efeitos colaterais até o organismo se acostumar e deixar te ter os efeitos colaterais pra ter um efeito maravilhoso.) *Tem que ter persistência!
Tomei 1/4 do ansiolítico, ta certo que eu já tava querendo demais né..eram oito da noite e eu tava saindo do restaurante do supermercado com o meu pai, ao entrar na escada rolante, olhei pro setor de chocolates e me veio uma imagem mega forte na cabeça, aqueles pezinhos tortos, o short preto, a camisa listrada, magriiinha, liiiiiinda demais, escolhendo um doce pra depois da janta.
Eu não vi isso, mas ver essa cena era uma coisa do meu dia a dia, e por segundos fiquei olhando fixo pro além.. e quando estava quase chegando no final da escada rolante, eu sorri.
E.. é claro.. coração acelerou, o peito encheu e o fato de eu apertar bem forte as mãos não ajudou a tirar a sensasão de querer rasgar o peito. Dai lembrei..tomei pouco remédio, já era hora mesmo de começar a doer. Fui passando pelos corredores do supermercado e putaquepariu, eu poderia fazer uma lista sem fim de todos os produtos que me lembram ela.
Falei mentalmente comigo mesma "ok, já jantei, agora falta cigarros e.. corre pra casa!"
Cheguei em casa, tomei o remédio e já previ, tpm vindo perigo constante, então coloquei musica no pc e fiquei jogando, assim eu foco no mundo virtual enquanto espero o real "dar uma acalmada".

Hoje, sexta feira 13, acordei com o nariz entupido e assim que sentei na cama olhei pra janela e... !
"Tu é muito mais forte do que eu e vai muito mais longe do que eu."
Mais um novo dia.. e lá vamos nós!
Tomei meus remédios e fui passear com meu cachorro, depois almocei com meu pai e deixei ele no escritório dos advogados dele.
Voltei pra casa e pude ficar totalmente à vontade, então fui tocar violão.
Peguei o violão, o cachorro e os cigarros, me deitei no terraço e toquei uma musica pra ela.
Fiquei olhando pro céu e tocando a música, eu não gosto de cantar, mas essa era preciso, depois fechei os olhos e me senti extremamente bem, fiquei feliz de ter feito isso.
E essa foi a coisa que fez valer o meu dia.


 

quarta-feira, 11 de maio de 2011

"Miligramas"

Tenho pensado seriamente em reduzir meus remédios ou trocar pra um outro que eu já tomei uma vez.
Tenho me sentido bem comigo.. sabe.. antes eu tomava os medicamentos mas não conseguia mudar a forma de pensar. E agora que mudei totalmente a minha forma de pensar, acho eu que posso diminuir a dose ou até mesmo trocar por outro (não outros).
Meu psiquiatra falou pra eu tomar dois comprimidos do ansiolítico, to tomando um e meio, e to tranquila assim. Óbvio que saber que tenho rios do ansiolítico na gaveta me deixa tranquila, assim se a coisa apertar eu tomo um.
A coisa que eu mais tenho medo é a minha tpm. Forte essa diaba. E eu não consigo controlar nada, e o que mais me preocupa é não controlar a raiva. Auto-controle é uma coisa que definitivamente não existe na minha tpm. Quantas pessoas já matei na minha mente, quantas vezes já me matei na minha mente.
Ou um ou outro, horas querendo explodir o mundo todo, horas querendo me explodir.
Na tpm tudo vira "mais" e o mais que eu mais odeio é o mais intenso.
Pensamento vai vai vai e eu não controlo, odeio não controlar meu próprio pensamento.

Mas como as coisas tem se saído bem, vou dar a sugestão de fazer a seguinte composição: o anseolitico (que vou tentar reduzir cada vez mais), assert, wellbutrin e algum capotante para dormir. Não sei se eles podem ser misturados, mas amanhã vou ao psiquiatra e vou sugerir isto.
Fora que to cansada de comer feio um brontossauro.
Sem fome mais sempre comendo.
Essa é uma coisa que faz parte da minha ansiedade normal, a que adianta todas as coisas.
E essa ansiedade não é controlada com remédios, é o meu pensamento que tem o poder sobre ela, controlar e remodelar essa ansiedade é uma coisa que tenho que fazer com a psicóloga e não com o psiquiatra.

Amanhã verei o vou conseguir mudar na medicação e posto aqui.
To ansiosa já haha.

Agora vou cuidar da minha gripe, que ta louca pra virar sinusite como sempre.
Parece uma drag queen, chega a noite e a gripe  se transforma, Lady Sinusite.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Noite Nerd

Sai com um amigo meu pra tomar uma cerveja.
Dai conversa vai conversa vem, começamos a falar do jogo no qual nos conhecemos.
CortezOnline (servidor totalmente modificado de ragnarök) o jogo é bobinho, mas é muito útil quando o assunto é "não pensar em coisas negativas".
Nos empolgamos com o assunto e decidimos fazer uma noite nerd.
Passamos na casa dele pegamos o note e viemos pra minha casa.
Nos divertimos, tomamos bastante café e jogamos.
No meio da noite tive que tomar remedinho pra ansiedade, os pensamentos ruins estavam começando a me incomodar.
Ele me mostrou um jogo, Atlantica e um outro jogo bobinho porém viciante (ratos que pegam queijo e voltam pra toca haha).
Bom pra quem perguntou que jogo eu jogo, vou fazer uma listinha.
-Gunbound (Thor Hammer) servidor clássico, primeira versão do jogo.
-GunBound (Gitz) servidor da versão WC.
-Perfect World (servidor original)
-Ragnaök (CortezOnline)
-Atlantica

É isso aí.
São 6:33 ele saiu daqui as 6 pra ir pra casa dormir um pouco e depois ir pra facul.
Tomei meus remédios a pouco tempo, e vim aqui pra não ficar pensando em merda.
Qualquer segundo que eu fico parada, a merda toda fede outra vez.
Odeio dormir a noite, mas odeio dormir quando o sol está nascendo. (vai intender né?!)

Anônimos, pra quem não quer se identificar, poderiam dar nomes fictícios ou Anônimo 1, 2 , 3.
Sei lá assim fica mais fácil eu saber quem é quem quando comenta.
Mas se não quiserem ta beleza.

Comecei escrevendo da noite pro dia.
Fui na terapia hoje, ou melhor ontem.
Eu entrei ali precisando falar somente uma coisa.
E foi a única que eu não disse.
Falei das minhas tentativas de andar na rua sozinha.
É, eu me sinto vulnerável a desastres.
Primeira tentativa foi: Ir comer no restaurante Chinês e voltar a pé pra casa.
Deu certo, foi rápido e eu não morri subindo a lomba.
Segunda tentativa: A duas semanas que eu me programo pra voltar a andar de skate, e ir pra psicologa de skate. (essa eu ainda não consegui, meu pai me oferece carona e eu simplesmente digo sim)
Então já que eu não consegui ir, pensei em voltar a pé.
Fui pensando, ok eu vou, mas qualquer coisa pego um ônibus ou um táxi.
Fui vindo escutando música e pensava comigo mesma: "opa já estou em tal lugar"
E de opa em opa eu cheguei em 40min.
Ao invés de ir pra casa, fui direto pra pista de skate.
(moro na frente da pista e ainda não criei coragem pra mostrar a minha falta de equilíbrio haha)
Então fiz o que pude: Fumei um cigarro e observei o local.
To me acostumando com um lugar que passei indo 4 anos direto, exceto nos finais de semana.
O sol ta aparecendo na minha janela, odeio isso, mesmo.
Bom ganhei o dia hoje quando conversando com a minha psicóloga ela disse:
"Tu não está em tempo de ser cobrada e muito menos de te privar de qualquer coisa que tu queira, se tu gosta e quer (sendo uma coisa que é pro teu bem) vai lá e faz." Adorei.
Nada de sono ainda.
Mas to morrendo de dor, vou deitar.
Um bom dia pra vocês.

terça-feira, 3 de maio de 2011

"Alguém assim"

Saímos na sexta, fomos numa festa bem legal, a minha diversão foi: ajudar 3 gurias (desconhecidas) a vomitar no banheiro, cada uma por vez é claro! Segurei cabelo.. brinco.. e tava quase colocando a mão na goela delas! Enfim, fiquei feliz por ter ajudado alguém. Hahaha até numa festa eu tenho essa necessidade.
Dei outro passinho à frente, parece pouco mas não é.. Comi Mc Donald's na sexta feira pela primeira vez, desde que aconteceu. Porque ficar alegre com isso? Simplesmente íamos no Mc todos os dias, se não era almoço era pra tomar um milk shake na madrugada, ou comer salada feito loucas.
Eu passo na frente de um Mc todos os dias, e quando eu olhava chegava a me dar um embrulho no estômago, fora toda aquela ansiedade,  nervosismo e blá blá, toda aquela merda.
E eu consegui comer! Viva! Óbvio que eu pensei: Puta que pariu, ela poderia estar aqui comendo um Mc comigo... Mas tá! Não vou mudar o passado e muito menos reviver ela, pensar sobre isso não me ajuda, não me faz bem (ponto). No fim eu comi sem me culpar e não tive nenhuma reação depois, tudo tranquilo.
Outra coisa que aconteceu de legal: Fui no mesmo lugar que eu já tinha ido com um amigo meu, dai eu cheguei perto do ouvido dele e falei: Sabe da outra vez que viemos aqui? Ele responde que sim, pois é,
eu procurava ela, procurava o olhar dela, procurava uma imagem dela, mesmo que de relance.
Ele disse: Sabe que até eu procurava.
CARA! Isso me deu um puta de um alívio. Por motivos óbvios mas eu explico igual: Primeiro porque eu não sou a única a estar sentido isso tudo de uma forma tão intensa e claro, que não estou agindo feito louca! Voltando ao "procurar ela".. eu disse pra ele que na festa anterior eu estava fazendo aquilo, mas que dessa vez eu não tava procurando. Pensando sim, mas procurando não.
E isso é uma baita de uma diferença e digamos que uma baita evolução pra mim também!

To indo 2 vezes por semana na minha psicóloga, antes eu ia uma, mas né agora tem muito mais coisa pra trabalhar. Cheguei lá contei da festa, do Mc, das minhas necessidades de ajudar alguém, contei que uma amiga teve uma filha lindíssima (ela não sabia que estava grávida) e que o nome dela é... lindo!
Contei que duas amigas minhas "me fizeram" chorar.
Uma porque o namorado dela pediu ela em noivado. Lindo, digno, maravilhoso! Mas me faz lembrar que tínhamos planos pro final desse ano e que isso não se cumpriu.
E a outra porque tem uma filha, que foi uma surpresa e dá o mesmo nome!
Eu já disse que eu não pago imposto pra chorar né?!
Então essas duas ai, me fizeram chorar.
Mas não de tristeza e sim de emoção. E claro saudades das coisas que não se cumpriram.

Comentei com a minha psicóloga que em casa eu só choro quando estou na tpm.
Mas que ali, é só eu entrar que não precisa de muito tempo pra eu estar chorando feito uma criança que perdeu o balão.
Não sei se choro lá, porque me sinto a vontade e sei que ela vai me entender, ou se é porque eu tento me passar por forte, e lá eu transpareço.
Bom, chorar faz bem disse ela. E que bom que eu tenho algum lugar onde eu possa colocar tudo isso pra  fora. Entrei no assunto dos meus medos, que catástrofes absurdas aconteçam outra vez.
Inclusive falei pra ela: Se tu morrer eu vou sentar do lado do teu túmulo e vou conversar contigo, e ai de ti se não me responder! Hahaha
Rimos e ela disse: Não me coloca no túmulo antes, eu não pretendo morrer tão cedo, e tu.. espero que tu tenha "alta" antes disso.
Posso até ter alta, mas não. Me faz bem ir lá, em março fez 8 anos.
É.. é tempo.
Sai de lá aliviada, chorei, resmunguei, ri, e claro tive a compreensão dela e os conselhos.
Queria que todos tivessem alguém assim.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

"E depois?"

Toda vez que eu acho que eu to "cada vez melhor", eu vejo que eu não estou tão bem assim.
Achava que agora, que ela iria fazer menos parte do meu dia a dia, mas não.
Cercada, não são só os lugares, as coisas, as comidas, os cheiros ou a nossa rotina.
É muito mais que isso, além dos fatores externos, existem os internos.
Os internos por sua vez, se ligam com os externos, como uma propina.
É de uma forma ilícita que os pensamentos se misturam com as lembranças e exigem cada vez mais de mim.
Exigem que eu separe: passado, presente e futuro, memoria, saudades e fantasia.
Quando eu penso que ela realmente não sabia o valor que ela tinha pra mim, me obrigo ligeiramente a pensar: Não importa o que eu ou os amigos sentissem. O que ela queria ela jamais iria ter, não pelo menos da forma que ela queria. Dai eu "paro e penso", ela se importava sim comigo, se ela não se importasse não teria pedido desculpas, não teria dito que me amava.
O amor próprio ou pelos outros, até mesmo pelo cachorro dela era tão inferior assim ao amor que ela queria?
As vezes me sinto uma merda, as vezes me sinto uma semi-deusa, pela forma que agi no dia.
Tenho minha consciência limpa, não só pelo dia, mas como agi todos os dias, da forma que foi a nossa história. Mas eu sempre quero mais, não me dou por satisfeita com o mais ou menos.
O mais sempre é feito para os outros, o menos sempre foi  deixado pra mim.
Sempre me deixei de lado, por  mais que agora eu me veja mais empenhada e voltada a me erguer.
Mas eu faço muitas coisas movida pelo medo.
Tenho medo de perder alguém da minha família, tenho medo que meu cachorro morra.
Tenho medo que tragédias apareçam na minha vida de repente, como foi o caso.
Tenho medo de passar por isso de novo, tenho medo, muito medo.
Eu tento seguir com a minha vida, tentando separar o que aconteceu, só tento.
Porque não tem como, se eu separar eu não vou levar o aprendizado, e se eu não aprender, não cresço, não evoluo e não darei valor pro legado que ela me deixou.
Ela me deixou muitas coisas. Me deixou sozinha, não cumpriu a promessa, deixou muitas duvidas na minha cabeça, mas também deixou uma espécie de bíblia em aramaico mesmo. Que eu só vou traduzir com o tempo, vou aprender até meu último dia.
Maldito tempo, horas corre, horas vai de ré!
Tentando muito separar eu, do acontecido.. eu to bem.
Mas não existe como separar, está em mim, eu vivi isso e de uma certa forma morri por isso também.
Isso...
Quando acho que só eu penso nela, vejo meus amigos contando lembranças gostosas dela.
E são várias! Dai percebo que eles também sentem falta, também estão rodeados por ela, mesmo sem perceber.
Eu cuspo as coisas aqui, mas não vejo ninguém falando disso diariamente ou freneticamente.
Não sei quem está melhor.
Quem não fala ou quem fala demais.
Mas enfim..
No dia que eu me encontrar com ela, ela vai levar um puxão de orelha bem forte, seguido de um abraço muito apertado.
E depois...ninguém sabe.
=)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Inesquecível.

Bom, ontem dormi logo depois que eu postei aqui.
Acordei 1:43 e só dormi novamente perto das 5 horas.
A noite não foi fácil e o dia também não.
Hoje voltamos pro RS, e a minha cabeça não tava na estrada, tava em outra cidade.
Tentei fazer a linha de raciocínio pra não surtar e não ficar presa naqueles dias.
Eu não posso dizer que foram dias maravilhosos, nem horríveis eles simplesmente foram inesquecíveis.
Tanto os melhores dias quanto os piores, inesquecíveis.
Ela ta viva dentro de mim.
E também está enterrada dentro de mim.
A coisa que eu mais acho triste, quando o assunto vira pra mim, é que eu não consigo (ainda) lembrar dos momentos lindos e maravilhosos, sem sentir dor.
É como um sorriso sincero de alguém que levou um soco na boca e perdeu todos os dentes.
É como querer muito aquele abraço apertado, e receber um abraço de médico.
É como fazer uma cirurgia pra consertar uma coisa que só o tempo cura.
É como querer bater a cabeça na parede pra atingir só aquele pontinho que te faz lembrar da dor.
É.. é lembrar e sentir dor.
Mas.. dias e dias né?!
Veremos o que o amanhã guardou pra mim.

domingo, 24 de abril de 2011

Saudades.

Saudade do cacete.
Não to bem hoje.
Tomei meus remédios antes das 22.
Espero que o tempo passe mais rápido.
E que essa saudades que faz tipo uma metamorfose pra dor passe.
Tentarei dormir.
Boa noite.

Teste?

Puta que pariu.
Cara eu não sei se é realmente pra eu ver esse tipo de situação ou se é por acaso.
Quando fui sair de casa (da praia) andei 2 quadras e meia, e vi a seguinte cena:
Uma ambulância, um grupo reunido,  uma voz de feminina chorando alto pra cacete, os paramédicos descendo da ambulância e a brigada chegando no lugar.
Olhei e no sentido que eu estava indo com o carro eu via o seguinte:
Carro da brigada, o cara no chão, o grupo de pessoas, a moto e mais na frente um celta, com pisca-alerta ligado. Comentei com a minha amiga: "Acho que não deu boa coisa não e ela disse, tu acha?
E eu digo, pelo tom da voz dela eu espero muito que seja pelo fato de ter batido no motoqueiro, mas eu acho que é porque ele não se mexe. E de fato era por ele não se mexer mais.
Isso ocorreu à 2 quadras e meia da minha casa da praia.
Resumindo, eu não passei mais pela rua que eu "deveria" passar.
Fui pela rua de trás. E mesmo assim, vi as luzinhas piscando.
Eu realmente não quero isso pra minha vida.
Doi saber que tu não tem mais como reverter a situação.
Doi, saber que tu não tem função nenhuma ali.
Só dói.
Quando estava à caminho de casa, passei pelo local onde havia acontecido o acidente...
E falei pra 3 pessoas que estavam ali: Meus pêsames.
Eles perguntaram: Tu conhecia o rapaze? (gíria local)
Respondi que não, mas que eu sabia a dor de uma perda.
Eles falaram: ah tudo bem.
E vim pra minha casa.
Cara, que bosta.
Aham, faz parte da vida sim..
Mas porque eu tenho que ver isso?
Porque isso?
É um teste?
Se for, que não quero mais.
MESMO.
Não quero mais dor. Chega.

Esqueci de comentar outra coisa que aconteceu ontem, combinamos com o pessoal de nos encontrar no mesmo lugar de sempre, um bar que vende, polar, baguete e toca rock!
Quando estávamos saindo do carro, vem meu amigo correndo e diz: deixa eu entrar no carro! minha amiga pergunta ué porque?  Ele diz, vamos embora daqui, depois eu conto.
Ele falou, sabe essa molecada ai do lado? (eram uns piá mesmo) de bicicleta, moleton com capuz e boné.
Respondi que sim, e ele seguiu dizendo.. É eles acabaram de trocar tiros aqui com uma outra gurizada.
Tipo.. lol? Agora é moda piá de merda andar armado e sai dando tiro por ai.
Ah se fude né. Palhaçada.
Eu já tenho um medo maior do que eu tinha antigamente, medo de perder alguém (outra vez) e por qualquer motivo imaginável ou irreal.
Dai vejo a maldita da ambulância com o cara da moto morto.
E depois quando acho que vai ficar tudo bem, porque vou me divertir com meus amigos no nosso barzinho, tem gente trocando tiro! 

Então fomos pra Ferrugem, pouca gente e a probabilidade de algo dar errado era menor.
E realmente, nada deu errado.

sábado, 23 de abril de 2011

Momentos.

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram, para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam e tentam sempre.E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Viver.

Eu realmente estou feliz pelas coisas que vem acontecendo na minha vida.
Consegui dar passos, importantes na minha vida, importantes para o meu pensamento e principalmente no meu modo de agir.
Hoje foi um dia, ou melhor uma noite em que eu vivi cada segundo.
Veja bem, eu não apenas sobrevivi, eu vivi.
Amigos, fofocas, casos, problemas, vida.
Assuntos falados e comentados nessa noite, e que eu espero que se repitam muitas e muitas vezes.
Logo mais uma das minhas melhores amigas está chegando então, e eu espero que seja um complemento as minhas prioridades, que é aproveitar tudo com muito mais força.
Minha prioridade nesse momento é viver intensamente.
Não, eu não quero viver intensamente pra morrer cedo.
Eu preciso fazer muitas coisas ainda na minha vida, não só por mim, mas pela minha ex.
Minha psicóloga diz que eu não posso pensar em fazer as coisas por ela ou em respeito a ela, mas é impossível não pensar assim.
É tudo muito rescente, e desculpa se eu bato na mesma tecla.
Mas eu realemente venho conseguindo coisas, que eu jamais conseguiria.
Viver.
Uma palara simples, mas com muita importancia pra mim.
Adoro este lugar, adoro respirar aqui, adoro viver aqui,
Vou voltar logo é claro, mas esse sentimento presenciado aqui, é algo inesplicavel.
Eu vivi aqui e lá, eu estou feliz, aqui e lá.
PelamordeDeus, não pense que isso vai substituir tal sentimento.
Por incrível que pareça, esta passando romeu e julieta.
Ironia do destino?
Bom, outra coisa que eu preciso comentar, é que eu consegui voltar pra equipe de eventos de um jogo online de no qual eu jogo a bastante tempo.
Minha felicidade não é apenas por ter voltado a ajudar e a trazer a felicidade a algumas pessoas, e sim por poder fazer um bem "mundial". Pessoas distantes se unem com um unico propósito: diversão.
Tá. São poucas pessoas, mas de grão em grão a galinha enche o papo.
Bom, eu precisava compartilhar a minha alegria, antes eu não consegui fazer isso direito.
E quando algo me "tranca" eu não consigo deixar passar.
Boa  noite a todos.
E esses anônimos que comentam aqui, me dão razão e motivo para seguir em frente.
Parece pouco, mas como eu disse, um obrigada, significa muito pra mim.
Obrigada por lerem isto.
Obrigada por criarem um vinculo comigo, mesmo que virtual.
Obrigada por tudo.
Obrigada pelo seu obrigada.

Beeejo

terça-feira, 19 de abril de 2011

Trégua.

Bom, depois de ter sido atacada brutalmente pela minha própria tpm e ter sobrevivido, sinto que ganhei uma trégua...
Eu já tinha comentado que eu morria de medo de me tornar uma viúva velha com 23 anos..
Bom, aconteceram coisas muito legais nesse final de semana passado.
Na sexta, eu fiquei com uma pessoa que é muito especial pra mim, com uma amiga minha, e aí eu já senti que havia dado o primeiro passo, pra não me sentir/ficar na tão temida viúves.
Dormi na casa dela, então dei o segundo passo, no qual eu achei que iria ser muito mais difícil.
Já comentei aqui que eu tenho a mania de apressar as coisas.. gente eu nasci de 6 meses e meio, já nasci apressada!
Mas voltando ao assunto anterior.. eu estaria mentindo se não falasse que em alguns segundos a minha ex aparecia na minha mente, sem que eu quisesse isso, mas não foi nada difícil como eu achei que iria ser.
Foi algo bemmm legal, mesmo, pq como eu disse foi com uma pessoa especial pra mim.
Acordei com um pensamento, que a minha psicóloga disse ser inevitável. Por alguns segundos pensei, ai meu Deus! Será que eu trai minha "ex- namorada"? Mas logo respondi a mim mesma.
Não tu não traiu, ela morreu. É uma bosta ter que dizer/pensar assim, mas foi o que aconteceu e tu ta seguindo a tua vida, ta tocando ela pra frente.
E tenho certeza que ela está feliz por eu estar conseguindo sobreviver ao trauma, do acontecido.

Obs: Eu não tenho o costume de falar sozinha ok? Eu falo comigo mesma no pensamento.
Falo sozinha quando to muito P. da vida, mas dai normalmente eu to xingando alguém.

No Sábado, fiquei com ela novamente e foi legal.

Como eu digo, normalmente eu consigo levar isso "até que bem", mas quando to na tpm não da certo, fico sensível ao extremo e fode com tudo. Quando a tpm vem forte e a agonia vem de uma forma devastadora, o difícil é me convencer de que isso vai passar, a dor é tanta que eu penso que se isso durar mais 5 dias, vai tirar toda a minha energia e eu vou morrer, simples assim.

Agora, passou a tpm, eu sobrevivi a essa maldita e coisas legais aconteceram comigo.
Pela primeira vez eu sinto uma trégua, das lembranças ruins e da dor.
É óbvio que a dor existe, mas essa dor tem cedido espaço pra felicidades e isso é ótimo.
Fez com que tivesse um final de semana extremamente agradável.
Finalmente tive um pouco de paz, consegui também mostrar a mim mesma que eu não vou ser uma viúva pra sempre, e eu realmente gostei da forma com que eu venho lidando com tudo.

Sim eu tento uma auto avaliação, me considero nota 8.
Pra me dar 10 eu teria que ser uma psicopata e não sentir dor nem a falta dela.
E eu to BEM longe disso.
Eu sinto falta dela, mas eu não posso viver pensando na morte.
Eu ainda não aprendi a lembrar das coisas boas sem sentir dor e sem que as coisas boas terminem na pior coisa, a morte dela. Isso vai demorar e eu tenho que me acostumar e seguir com a minha vida.

Eu sempre digo que venho sobrevivendo.
E nesse final de semana eu pude dizer:
Eu vivi.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

TPM ataca outra vez.

Hm.
Definitivamente eu ODEIO a tpm.
Eu já sou sensível, dai vem essa coisa aí e pronto, estraga com tudo.
O que tinha peso um passa a ter peso trinta e o que tinha peso cem vira uma tonelada.
Ontem eu tava tomando banho, depois de fazer exercícios, quando me vejo, estou com os braços esticados, fazendo sinal com as mãos e com uma cara de desespero, medo e tudo o que puder junto.
Só percebi que eu tava fazendo isso, porque eu bati no suporte do shampoo.
É eu tava na cena outra vez.
Mas porra, até estiquei os braços...
Ta vendo, é desse tipo de coisa que eu tenho medo, é nesse tipo de lugar que todas as coisas ruins     (in)imagináveis "acontecem".
Lembranças/sentimento/imaginação e é ai que mora o perigo.
Na minha própria cabeça, ok.. ok.. dessa vez eu tenho motivos reais e medos reais.
Mas é a parte da lembrança que por um tempo parece fantasia, e que quando eu vejo eu já estou dentro da minha fantasia, sentindo todos os tipos de sentimentos, com uma coisa que não está acontecendo agora, mas com uma coisa que já aconteceu.
Volto a dizer, odeio a tpm.
Tudo parece mais pesado.
Enfim é 00:14, vou fazer exercícios, afinal tão cedo eu não durmo igual.
E os quatro comprimidos, totalizando 275mg pra dormir, não tem feito efeito.
E volto como nos velhos tempos, dormir só quando o corpo não aguenta mais.
Vou caminhar.
Maldita tpm.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Supernova

Acordei e já me enfiei em um jogo online.
No decorrer da tarde eu decidi passar meu número do celular pra Tim.
Liguei pro shopping perguntando se a loja já havia reaberto, pois ela estava em reforma antes,  pois bem, a loja estava aberta sim, mas quando cheguei lá não deu pra fazer a portabilidade. Blá blá blá o sistema está fora do ar blá blá blá, enfim só semana que vem.
Já que fui até lá, pra não perder a viagem, fui comprar incensos.
Lembro quando fomos comprar incensos juntas pela primeira vez, ficamos surpresas, indignadas e ao mesmo tempo mais apaixonadas, o incenso favorito era o mesmo.
Era uma forma estranhamente linda, duas pessoas que se odiavam (mesmo) tinham tanto em comum.. era uma fusão.
Então, voltando ao incenso, passei por um corredor de lembranças.
A loja de meias, onde ela só comprava meias brancas, curtinha, mas não muito curta, quase sem detalhes. A loja de cigarros e charutos, onde sempre parávamos pra olhar os isqueiros, narguiles, facas, canivetes e bugigangas. Do lado a loja imaginarium, onde eu sempre comprava alguma lembrancinha pra ela. O cinema, que me lembrou dos filmes que não vimos e dos desenhos que ela dizia que eu me parecia. A Chilli Beans, onde íamos direto comprar algo.
E por fim a loja de incensos.
Não achei o incenso que eu queria, peguei outros, mas dessa vez não peguei pelo cheirinho, peguei pelo efeito que dizia na caixa.
Comprei 3 incensos e uma pedra, que diz ajudar a afastar energias negativas.
Na volta do shopping, vim controlando minha mente para não fazer o caminho habitual.
"Dobrar no viaduto, dobrar no viaduto!"
Eu dobrei no viaduto, mas minha mente foi reto.
Cheguei em casa e decidi caminhar na esteira e malhar.
Fiz um cd de 40 min, assim eu escutava musicas que eu gosto e o tempo passaria mais rápido.
Tomei meu banho e coloquei direto o pijama,perto as 19hrs sendo que eu jamais coloquei o pijama antes das 2 da manhã.
Enfim me enfiei num jogo online.
Joguei 8hrs seguidas, tomei meus remédios e fui deitar.
Bastou eu deitar pra eu não me sentir bem.
Não tive ânsia de vômito, mas veio toda janta e a água na minha boca, maravilha, eu não podia vomitar, se não meus remédios iriam junto.
Deitei, fiquei olhando pra tv, mas eu não estava assistindo, estava só olhando pra ela.
Minha respiração começou a aumentar e veio aquele choro trancado.
Pensei.. não vou mais ter como implicar com a obsessão das meias brancas, nem da uma caixa de cotonetes por semana, nunca mais vou ver aquele olhar, nunca mais vou ver aquele sorriso, sorrindo pra mim, as mãozinhas e o coquinho que eu gostava tanto de beijar, não vou mais me afucinhar no pescoço dela, sentir o cheiro dela e dormir em segundos.
Pensei tudo isso em menos de um minuto, coloquei o braço sobre o meu rosto, apertei firme a minha mão, com a intenção de segurar a dela, e rezei. Pedi pra que iluminassem ela.
E no próximo segundo, eu já estava chorando, pensando na falta, na cena, no porque, na morte, na vida, e pensando que tudo isso aconteceu por amor.
É, por amor. O amor nos faz sentir completos e quando não o temos, ficamos vazios.
Como um balão de gás sem a amarra, voando por ai sem destino, contando só com o destino do vento.
Ou como uma peça de xadrez mais necessária, porém sem adjetivo.
Chorei me desesperei por segundos.
Já pensei, não gostei na nova medicação, tenho que toma-lá por 14 dias e for sempre assim a coisa vai se complicar.
Dai eu me pergunto, mas porque é tão difícil sobreviver a isso?
Porque?
É um misto de sentimentos, da falta, do costume, da saudades, da rotina, do amor, da raiva, da compreensão, da incompreensão, da razão, do irreal, da fantasia, da verdade, da mentira, do amor.
Ah sim.. do amor!
Imagino pessoas lendo o blog e pensando: "porra essa guria empacou na mesma tecla"
E tranquei mesmo. Tento levar meu dia da forma mais correta possível, mas a coisa toda não ta só ao meu redor, ta comigo, dentro de mim.
Eu pareço estar cheia de explosões internas, sinto como se estivesse um buraco negro dentro de mim, atraindo supernovas.
Mas as minhas supernovas são todas iguais, são uma pessoa só.
Que vive brilhando e explodindo.
Sempre brilhando, brilhando minha linda estrelinha.

Pronto agora que escrevi aqui, já me sinto mais tranquila pra voltar, deitar na cama e tentar dormir.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O que os olhos não veem o coração sente.

Fui na festa de aniversário de um amigo no sábado.
Fomos a um pub bem legal, arrumadinho e a área pra fumantes tinha teto! Adorei!
Coisa bem boa reunir os amigos e ficar conversando.
Mas né.. eu to entrando na maldita tpm, então as coisas começam a se complicar um pouco.
Conversa vai e vem e eu desligo e vou pro mundinho das memórias ruins, continuo olhando pra cara da pessoa e ainda digo "aham/sim/sei" mas mesmo lutando muito pra esses pensamentos "saírem" da minha cabeça, eles teimam em ficar me assombrando.
Dai eu falo internamente comigo mesma: "Ok, relaxa, respira. Não adianta ficar pensando na cena, no antes, no depois. Só vai é doer. E se eu não lutar contra isso eu não vou conseguir aproveitar a noite, vou me trancar em um mundo que eu não quero ficar, então chega e vamo lá!"
Então depois do pub fomos a uma festa.
Ri bastante, enfim digamos que era uma festa estranha com gente esquisita haha e o pessoal que eu estava junto eram ótimos!
Juro que tentei olhar pra alguem e pelo menos achar atraente, ou interessante ou qualquer coisa..
Mas não deu, não sei porque diabos eu procurava um olhar, um sorriso.
E claro esse eu só vou achar na minha memória, da qual no momento eu quero fugir.
É difícil sabe.. Porque essas coisas vem na cabeça e tu sabe que não deveria pensar desse jeito, mas pensa! E sofre quando pensa. E eu me irrito quando não consigo controlar meus pensamentos.
Acho que isso é a coisa que eu mais odeio na vida, não ter controle sobre os meus pensamentos.
Mas to trabalhando esse lado, existem muitas pesquisas e técnicas que afirmam que bloquear pensamentos negativos é possível sim!
♫ Forget to Remember ♫

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."

Tomei um cansaço com a mudança, e ainda não terminei de guardar minhas roupas.
Hoje era dia de psicóloga e psiquiatra.

Cheguei na psicóloga, comentando da minha dificuldade de arrumar minhas roupas em um guarda roupa imenso. É muito espaço sobrando, normalmente eu iria simplesmente jogar as roupas ali, mas dessa vez não, eu queria arrumar tudo.
Do assunto "arrumação" pulei direto pro assunto: "minha namorada, minha ex-namorada".

Psicóloga: -Interessante como as coisas se ligam, tu estava falando de arrumar, preencher o espaço do teu guarda roupas e pulou de assunto "bruscamente", mas olha como o inconsciente age com instinto; a vida de vocês era muito intensa, vocês estavam sempre juntas, não eram duas pessoas, era uma só, e inclusive isso atrapalhou vocês duas várias vezes, cada uma invadindo o espaço da outra, vivendo pra outra e esquecendo de si, a relação de vocês ocupava todo o teu tempo, todo teu espaço, tudo em ti.
E agora tu precisa preencher esse espaço, esse vazio dentro de ti. Assim como o teu guarda roupa novo.

Eu concordo, disse que fazia muitas coisas pra ocupar meu tempo, mesmo que fossem besteiras.
E nos segundos em que eu começava a viver de lembranças e memórias, eu agia como louca; sacudia a cabeça, fechava bem os olhos, e as vezes até assoprava o ar, na tentativa de tirar isso de mim.
Falei que achava estranho eu fazer as coisas pro meu bem sem me sabotar, que eu acho estranho "a falta do lado negro".
Inclusive questionei à ela: O fato de eu tirar todas as coisas que possam me lembrar ela, enfim tentar evitar um contato visual, pra não cair no mundo das lembranças, é bom ou ruim? Porque olha só, quando tenho um problema eu sei que eu preciso ir e voltar, desatar vários nós, enfrentar o que me incomoda. Mas se eu ficar pensando.. tipo eu não vou mudar o passado, só vou sofrer em lembrar o que aconteceu, e se eu lembrar das carinhas que ela fazia ou coisas desse tipo, eu me arrisco a cair num falso mundo, onde reviver a memória seria viver meu presente. E morro de medo disso.
Eu não quero me esquecer dela, mas é que dói muito... Então o que tu acha?

Ela responde: Tu estas totalmente correta, guardou tudo com carinho e realmente... tu não pode mudar o passado e isso só vai te machucar mesmo.  Mas um dia tu vai ter que tentar ver isso com outros olhos..
Dai eu interrompi ela, dizendo: Eu já fiz isso milhares de vezes, e sempre chego a mesma conclusão. Por mais que eu olhe de um lado, do outro, de cabeça pra baixo, no final eu vejo sempre a mesma coisa, resumindo de um modo estupidamente grosseiro, ela morreu.
Eu fiz o que pude, mas eu não posso mudar todo o passado.

Comentei também que existem várias coisas que me deixam muito mal, por exemplo: sirene.
Qualquer uma, não importa do que, se é de bombeiro, ambulância ou polícia, isso me deixa mal, lembro do dia e penso que alguém, algum pessoa que chamou essa ambulância está sentido exatamente a mesma coisa que eu senti naquele dia, e eu começo a me sentir mal, por uma situação que eu nem sei, por alguém que eu não conheço...me doí em pensar que alguém está do jeito que eu fiquei.
E ela disse que eu tinha mesmo que evitar tudo, as fotos, o nome, as lembranças, enfim tudo mesmo, porque isso é uma coisa que leva tempo pra cicatrizar e toda vez que alguma coisa te faça lembrar à ela, é como se alguém puxasse a casquinha de uma ferida. então eu deveria evitar, pra me fortalecer pra que no futuro nada disso aconteça, que eu possa olhar sem sentir dor.

E por fim, combinamos que assim que eu ficasse mais tranquila com a mudança, eu iria ir 2 ou 3 vezes por semana lá. Eu concordei na hora. E logo mais a sessão terminou.

Corrida para o psiquiatra.
Pra minha sorte, a minha psicóloga havia contado pra ele no dia anterior, disse que ele ficou horrorizado, apavorado e muito preocupado.
Ele sempre me recebe com a mão estendida e um sorriso no rosto, dessa vez não tinha o sorriso.
Comentei por cima tudo o que eu passei, não entrei em detalhes, eu não queria rasgar o meu peito.
Falei que eu ficava muito nervosa, pois o antiansiolitíco faz efeito de até no máximo 4 horas e meia.
Que eu tentava aguentar o máximo possível até tomar o outro comprimido, mas que toda vez que eu esperava demais, eu ficava muito mal, e caia no ciclo vicioso de pensamentos.
Mas apesar de não me sentir "calma" todo tempo, eu não queria aumentar a dose, eu admiti que isso vicia, e ele também.
Mas eu falei pra ele que eu preferia me viciar no remédio por agora, tornar meu sofrimento menos angustiante e depois sofrer pra me livrar do remédio. Porque na real foi ontem, por mais que na minha cabeça pareça uma eternidade. E ele concordou comigo, disse: Realmente, a prioridade agora é tu ficar bem, te fortalecer, passar por esse luto. É de fato sim, mais ganho se viciar no remédio.

E pra ajudar, a minha oitava maravilha do mundo (combinação de remédios que me faziam dormir em meia hora) não funciona mais.
Então chegamos ao acordo de tomar o antiansiolítico duas vezes ao dia, ao invés de três e tomar o zyprexa junto com os outros. Pra ver se diminuia o vazio e se eu conseguisse voltar a dormir.

Então, estava tudo ok.
Na hora da despedida ele me estendeu a mão, olhou bem nos meus olhos e disse: Eu sinto muito.
Olhei pra ele com os lábios pressionados, e simplesmente sacudi a cabeça, sinalizando um "ok".
Mas na verdade quando ele disse isso, eu pensei: Eu também.
Não vou conseguir dimensionar o peso desse "eu também", sei que quando fui esperar o elevador, eu chorei, no estilo criança soluçando.

Impressionante como uma palavra pode significar tantas coisas.
Como uma palavra envolve inumeras coisas.
Envolve a vida e tambéma  morte.
Forma um cíclo.

**To cheia de roxo e destruida da mudança, não liguem se o texto estiver muitas coisas erradas ou sem pé e sem cabeça, to cansada mesmo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

"Times like these you learn to live again".

Ontem quando estava em SC, me deu um "click".... quando voltar pra Porto vou me mudar....
Eu tava com uma rotina bem legal na praia, tava me divertindo com meus amigos, vendo bastante filme e dormindo muito, mesmo! Sabe, comigo o problema não é pegar no tranco e sim "sair" do tranco, demoro pra dormir, mas quando durmo mesmo.
Ontem foi um dia estranho, dia não, a noite foi estranha.
Pessoas do passado surgindo 9 anos depois, com um papo legal e sei que posso parecer besta, mas ele foi querido comigo. Enfim, gostei disso.
Depois uma janta maravilhosa com meus amigos em uma pizzaria, rodízio mara!
E pra terminar a noite com chave de ouro fomos perseguidos por uma pessoa de bicicleta.
Não que isso fosse assustador mas no contexto da história toda foi.
Não vou dar mais detalhes sobre isso, pra não causar grandes problemas pro lado de lá.

Enfim, de volta pra casa.
Sim! Fomos direto pro apto novo, descarreguei minha mala lá mesmo.
Deixamos um monte de coisas lá.
Amanhã levaremos mais coisas, e quarta feira todas nossas coisas estarão lá.
E por um milagre já tomei meus remédios pra dormir.
São sei se é a vontade de acordar cedo amanhã, se é o medo das minhas lembranças, ou simplesmente eu querendo me cuida.
Mas no fundo acho que é tudo junto.
Bom..
Boa noite pra vocês.
♫ Times Like These ♫

domingo, 3 de abril de 2011

"Fogo"

Na madrugada de sexta pra sábado, sai com amigos queridos de SC.
Noite mara! Nos divertimos, eu me controlei na bebida e ri pra cacete, cheguei em casa 5:22.
Nessa noite, eu estava irradiante, estava feliz, e o melhor de tudo, tranquila por estar me sentindo assim.
Quando acordei, abri os olhos e tomei logo ao antiansiolitico, eu tava morrendo de medo de que um noite maravilhosa se transformasse em um dia terrível.
Passei a tarde toda nessa tranquilidade e me sentido em harmonia comigo mesma.
Mas fiquei com receio de postar isso aqui, afinal me permitir ser feliz sem me punir depois, é algo novo pra mim.

Beleza.
Resolvi esperar a noite de sábado, que a principio sairíamos com as mesmas pessoas da noite anterior.
Como disse minha amiga: "Deu problema na kombi!"
Ao invés de 5 pessoas, passaram a 8 e no decorrer da noite, aumentou mais ainda o fluxo de pessoas no ambiente.
Eu estava me sentindo dividida, pois amigas de Bento Gonçalves iriam se unir com minhas amadas amigas de Porto Alegre, para irem a um show e eu queria muito estar junta de todas elas, mas por outro lado eu estava aqui em SC saindo com meus amigos queridos.
Bom, fomos pra beira da  praia, munidas de catuaba, whisky, guaraná e claro, minha cerveja sem alcool.
Com um grupo maior, a intimidade era menor, mas com o tempo isso foi passando.
Alguns mais alegres que outros, mas a barreida da intimidade foi sendo rompida e a noite foi ficando cada vez melhor.
Uma pessoa que fez parte da minha vida quando eu tinha 14 anos, apareceu como que do além, e enfim, conversamos e sei lá, foi legal sabe.
Bom, conversa vai conversa vem, todo mundo rindo, dançando, curtindo a noite linda na beira da praia.
Não tinha uma nuvem, céu estrelado, sem o nordestão na cara, ou seja tudo pra ser uma noite maravilhosa.
Mas alguém olhou pra esquerda, em direção ao Café Mormaii, e vimos uma fumaça densa saindo de lá, ficamos alguns minutos nos questionando se era um luau, ou um incêndio.
Um grupo foi até la ver, e sim, era um incêndio, não na casa em si, mas num quiosque pertencente ao Café Mormaii.
Ligamos pra policia e para os bombeiros.
Os bombeiros demoraram pra chegar lá, sendo que a cidade não é nenhum pouco grande.
Mas "ok"...
Um amigo que tinha ficado lá para dar o "depoimento", voltou e disse que estava tudo controlado.
Conversamos mais um pouco sobre as pessoas estranhas que passavam na beira da praia.
E uma moto com o farol desligado chamou a atenção.
Olhamos pra direita, em direção a vila dos pescadores e vimos uma "fogueira", de longe em como se fosse exatamente uma lenha em brasa queimando, mas em segundos, surgiu um fogaréu pelo telhado da casa.
A primeira coisa que nos veio a cabeça foi: " é uma casinha do lado da outra, muita gente pode se machucar!"
Eu e mais 3 pessoas, fomos direto à polícia, cheguei buzinando feito louca.
O telefone não parava de tocar, e quando finalmente conseguimos falar com o guarda, ele simplesmente disse:  "ah, nós já fomos avisados.."
Então, ok.
Próximo passo, correr pra "vila" pra avisar todos do perigo.
quando chegamos lá só havia 3 pessoas na rua.
Tinha uma viatura policial, e um dos guardas começou a gritar: "vamos lá gente, um balde, qualquer coisa, vamo gente, vamo vamo!"
Eu assobiava e gritava por um balde.
Entramos correndo em uma casa que dava acesso ao lugar onde o fogo estava pegando.
A primeira coisa que vi, foram os tubos de oxígênio numa sala ao lado do fogo, gritei: "Tira, tira isso daqui, se não vai piorar o incêndio!"
Enquanto levávamos os tubos pra fora, um pessoal foi surgindo na rua.
30% ajudou com toda motivação da vida.
Entramos lá, pegávamos baldes e baldes de àgua do mar, enfim, uma correria só.
O maior medo era que o fogo se espalhasse em todo lado esquerdo da rua.
Foi uma correia, mas depois do acontecido, não tem como tu ver algo desse tipo acontecendo e não ajudar.
Foi uma coisa linda.. Várias pessoas que não se conhecem, lutando contra um incêndio imenso pra ajudar os outros.
Depois de termos controlado o incêndio, perguntamos porque os bombeiros demoraram tanto para chegar..
Uma carroça com fogo, foi colocada no meio da estrada, impedindo a passagem de qualquer carro.
Depois de controlar o fogo da carroça, e remove-lá da estrada, eles foram pro Café Mormaii, mas o foco do fogo mais preocupante era na vila dos pescadores.
Foram 3 incêndios na mesma noite, os incendios foram elaborandos em uma forma triangular.
Carroça na estrada (como a ponta do triangûlo), Café Mormaii (na direita) e Vila dos Pescadores (à esquerda).
Um piromaníaco, foi solto à pouco tempo, tem pessoas que juram que essas coisas foram feitas por ele.
E realmente, em uma cidade pequena, não existe a possibilidade de ter 3 incêndios no mesmo dia, em pontos diferentes.
Corri com baldes pra um lado e pro outro, via gente chorando por ter pedido + ou - 50 mil reais nas lanchas que estavam dentro do galpão, que foram perdidas ali no incêndio, eu abracei e disse: Eu sei que isso dói, mas tu tem que dar graças a Deus por ninguém ter se machucado, o material tu consegue outra vez, pode demorar, mas a vida de alguém não tem preço nem tem recuperação.

Cara.. parece coisa inventada.
Parece mentira.
Mas se nós não estivessemos na beira da praia, ninguém iria ver.
Recebi um "muito obrigada" de uma  mulher que era "dona" do local que pegou fogo.
Eu disse: Imagina! Ver e não ajudar, é algo que não passa na minha cabeça.
O que me irrita muito, é saber que o  causador dos incendios, estava ali olhando, excitado com o fogo.
Eu to com cheiro de fumaça até agora, e qqualquer coisa que acontece aqui num dia, toda a cidade sabe no outro. (e te garanto, é mais rápido que a zero hora).
E eu fico imaginado.. o assunto de amanhã (no caso hoje) vai ser os incendios, e eu vou poder dizer, eu estiva lá, eu fiz a minha parte.
Eu posso deitar com a cabeça tranquila e dormir tranquilissíma, sabendo que fiz mais do que devia.
Como eu já disse aqui, ajudar pessoas sempre me fez muito bem.
E depois do acontecido, isso ficou ainda mais evidente em mim.

Desculpem o trocadilho, mas essa noite foi quente.
Cheia de novidades, surpresas e principalmente cheia de vontade de ajudar os outros.

Obs: Meu últimos dias na praia.
Será que promete ser melhor do que esses dois dias?
Espero que sim!

Obs²: : Desculpem qualquer coisa com erro, mas eu to podre. Mesmoo!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Parte de um conjunto"

Quando eu tinha uns 16 anos, eu via que as coisas que se passavam dentro de mim era sentida de uma forma diferente da maioria das pessoas.
Vivia falando que quando eu morresse, iria deixar meu cérebro para estudo, porque não era possível...
O meu "não era possível" não era sobre eu me sentir diferente. Era sobre eu não saber o porque.
Eu sempre gostei de ser diferente da maioria das pessoas, tanto na aparência quanto no modo de pensar, agir, etc.
Comecei a não gostar, quando isso começou a me impedir de fazer minhas próprias coisas.
Mas isso o que? Que diabos era isso?
Problemas externos, da minha infância, eu mesma, ou tudo junto?

Com 21 anos, fiz a pergunta: O que eu tenho?
-Tu é Bipolar.
(fiz cara de paisagem) e falei; Então...?
-Tu tem o transtorno bipolar afetivo, mudanças rápidas de humor... felicidade, tristeza, raiva, culpa, enfim essas coisas que já vínhamos conversando e blá blá blá.
No momento do blá blá blá, confesso que surgiu um princípio de lágrima nos meus olhos, pensei na minha família, se eles iriam sofrer com a notícia ou se iriam entender o que acontecia comigo.
Minha mãe entendeu, concordou e disse pra eu não me rotular assim.
Meu pai desconfia até hoje, embora o meu comportamento esfregue a resposta na cara dele, mas enfim, ele sempre me ajuda com conselhos.
Eu posso e não me importo em dizer, eu sou bipolar!
Porque vou ter vergonha, de algo que faz parte de mim?
E que alívio! agora a incógnita "o que é isso", tinha nome.
Bipolaridade.
Pesquisei sobre o que era, como funcionava, as possíveis rasões, se tem cura ou não...
Eu queria saber tudo, afinal eu tinha um novo item no meu manual, e precisava saber mais sobre ele, sobre mim.

Não vejo isso como um monstro de sete cabeças.
Vejo isso como uma coisa que eu preciso aprender a lidar, a controlar, a conviver.
Podem chamar de rótulo, mas eu considero uma característica.
Rótulo é uma coisa que vem estampada na frente só com o nome, sem grandes explicações.
Eu não me chamo bipoplar, e muito menos vivo em uma lata de conserva.
Tenho nome, dois braços, duas pernas, gênio forte, e um cérebro inquieto.
Também faço parte do grupo dos homo sapiens, com todos seus defeitos e qualidades.
Ser Humano, prazer em (lhe/me/nos) conhecer!

quinta-feira, 31 de março de 2011

"Sintomas da Vida"

Hoje acordei com uma mancha maior em baixo dos olhos, não era maquiagem, e sim as olheiras.
O cansaço não era de ter dormido mal.
O cansaço não era físico, era o mental se tornando físico.
A dor de cabeça, não era um sintoma da gripe.
Eu vinha sentindo os avisos.  
Ao mesmo tempo que o peito parece se comprimir, sem espaço para mais nada, ele se enche, enche de dor..
Aperta, te esvazia, te enche, sufoca e dói.
A angustia aumenta, os pensamentos se batem, uns contra os outros.
A coisa toda se agita, feito de altos e baixos causada por impactos, onde uma coisa só pode ocupar esse espaço.
Invade, destrói, devasta.
É o efeito tsunami.
Eu preciso respirar, mas eu me engasgo, me afogo.
Esperteza seria nadar contra, ou tentar boiar?
Esperteza.... esperança.
Palavras simples, mas tem dias que não são só palavras.
Tem dias que elas precisam ter sentido.
Precisam ser sentidas.
Mas é difícil nadar no meio de um tsunami.
Junto, contra, a favor, isso te destrói, é cansativo de uma forma ou de outra. 

Hoje eu não acordei bem.
Eu achava que conforme o tempo fosse passando a dor iria amenizando.
Mas de três dias pra cá, venho notando um declínio.

A minha relação com a dor hoje, pode se definir assim: A minha dor, se acha uma celebridade, adora aparecer, e tem dias que ela cobra mais caro por se mostrar mais presente. Nesses dias eu sinto que essa dor está me levando ao inferno, e o pior, à prestação.

Eu sabia qual era o meu destino final.
Mas antes eu precisava achar algo pra enfrentar, pra me sentir vitoriosa, pra dizer a dor que eu ainda era capaz de enfrenta-lá.
Peguei o cigarro, o celular, o pen drive, a chave do carro e uma vela.
Passei reto pela sala, apenas disse: Avisa pro pai que fui dar uma volta.

Faz dias que chove aqui, então resolvi ir até o Siriú.
Coloquei as músicas mais tristes e vim gritando cada palavra, cada refrão, com toda a minha força.
Eu precisava sentir de alguma forma essa dor saindo de mim.
Eu precisava cuspir isso.
E claro, chorar.
Achei que o caminho fosse estar bem embarrado, e ai seria a minha dificuldade: Não atolar.
Fui e voltei, e de uma forma provei que eu posso sim, ir e voltar.
Representei de uma forma minúscula, que o caminho é difícil, que eu vou chorar, vou gritar, vou passar por inúmeras tsunamis, mas vou conseguir voltar, à minha casa, ao meu eu, embarrada, mas ainda que com dor, inteira.

Mas eu não fui pra casa.
Precisava ir a um lugar antes.
Fui pra gruta, a gruta da Nossa Senhora de Lourdes.
Eu sei que ao lado da estátua, dentro da gruta tem uma vertente, mas a escada estava enxarcada, então subi com cuidado pra não cair escada abaixo.
Cheguei ali, chorando e me sentindo tão pequena.. (sei que não sou alta) mas me senti menor do que todas as coisas que estavam ao meu redor, menor que a escada, menor que as arvóres, menor que a gruta, menor que tudo.
Tinha um silêncio que me incomodava.
Eu não sabia o que me assutava mais, se era o silêncio, as mensagens deixadas pra Santa, as velas, ou se era o receio de que alguem aparecesse por trás das plantas, da gruta ou sei lá, que brotasse do além.
Pedi como peço todas as noites, pra que ela consiga ir em paz, pra que tudo dê certo pra ela e pedi pra que ela me mandasse boas energias pra eu conseguir passar por isso, sobreviver.
Tava difícil conseguir "prender" a vela ali, tinha água até dentro da gruta e então escutei uns barulhinhos estranhos vindo de tras da gruta.. fiquei nervosa mas finalmente consegui prender a vela, olhei mais uma vez pra Santa e pedi novamente que ela à deixasse seguir em paz.
O silêncio voltou e quando eu tava me distanciando da entrada da gruta, um barulho alto estridente me assusta: Pchííííííííí-û!
Não me importa se era um passarinho, alguem, ou o que for, eu corri. Quando cheguei no final da escada, olhei pra cima e me senti uma besta.
O medo mesmo não era da gruta, do barulho ou de qualquer outra coisa.
O medo era fruto do desespero plantado dentro de mim.

Esses dias comprei três livros:
*"Uma viagem entre o céu e o Inferno" - Os surtos de euforia e depressão no depoimento de um portador de Transtorno Bipolar.
*"Acordando pra Vida"
*"Nosso lar"

(é eu to buscando palavras, pensamentos, trilhas, enfim, coisas que possam me nutrir.)
O livro Nosso Lar, eu não sei se vou conseguir ler tão cedo..
Mas já comecei a ler um, "A viagem entre o Céu e o Inferno."

Eis um trecho que achei:
" A forma que fui apresentado à doença psíquiatrica deixou a sensação de que aquilo não era pra mim. A revolta é natural, pois não existe uma rota alternativa para desviar daquela realidade imposta. Apenas aceitação, e essa é uma das posturas mais difíceis. Entendê-la, ter o conhecimento básico sobre ela, acredito ser o caminho menos difícil é por acreditar que não exista mesmo um mais fácil.
No que se diz respeito à literatura, temos ótimos livros a respeito de doenças psíquiatricas. Uma das formas de tornar tudo menos difícil, então, é se tornar autodidata. Para mim foi o primeiro passo a aceitação. A princípio, a leitura funciona como uma busca de sinônimos, em diversos dicionários, para os termos aos quais devemos nos habituar a ouvir.
O Transtorno Bipolar do Humor começava a despotar no meio acadêmico e colocaria em desuso o termo psicose maníaco-depressívo para efeitos diagnósticos. A mudança na nomenclatura, contudo, ameniza de forma sutíl o preconceito, mas não contrinui para aliviar o peso da doença - nem seus sintomas. Assim como abipolaridade, outros termos começaram a fazer parte do meu cotidiano, serotonina, impulsos elétricos, neurotransmissores, ansiolíticos, carbamazepina, fluoxetina, surtos e depressões, entre tanto outros.
Em alguns momentos, cheguei a considerar se a ignorância não teria sido a melhor rota a seguir. Saber gera uma infinidade de questionamentos, para os quais nem sempre temos respostas - e, quando as temos, muitas vezes preferimos ignorá-las. Mas a partir do momento em que nos propomos saber, entramos numa via de mão única, sem retornos, com a única alternativa de perseguir uma resposta, que pode não existir, ou que seja oculta em um enorme enigma, o qual talvez só consigamos decifrar no final da vida, em nosso último suspiro."

Esse trecho não cabe apenas as doenças psíquiatricas, mas sim a diversos problemas que a vida nos impõem. Depois da parte mais difícil que é a aceitação vem o saber,  que por vez nos leva as respostas, e outra vez  a perguntas.
Mas a cada resposta que aprendemos acumulamos conhecimento e este sim nos da uma certeza.
De que é preciso continuar vivendo.

terça-feira, 29 de março de 2011

"Loucura de uma realidade"

Hm.
Ontem tentei explicar o que a minha mente poderia fantasiar.
Eu poderia perfeitamente criar um mundo só meu, e com a minha fantasia viver no limbo.
Eu inclusive em algum post falei do sonho que eu tive em que ela falava que pra nós ficarmos juntas, ela eu estaríamos pulando etapas, e fazendo algo proibido.


Aluguei o filme "A Origem", e meu sonho "viveu" uma parte do filme.

     *O filme "A origem" nos convida a refletir sobre as dimensões que a consciência humana pode alcançar.
Assim como mostra o enredo da história, autores do campo da psicologia declaram há décadas que o tempo dos sonhos é diverso do real. Os sonhos se passam no compasso do inconsciente, que trabalha de modo cíclico e sincrônico, ultrapassando as barreiras de presente, passado e futuro.
     Nos sonhos, as memórias reais são associadas com nossas sensações e projeções sobre a realidade, servindo unicamente ao processo de integração das experiências que nos mantêm vivos. Ser quem somos depende de entender e sentir o mundo, do modo como fazemos.
    Portanto, sonhar é reconstruir o real de forma a manter nossa identidade preservada, poupando-nos da loucura de que cada fato encobre inúmeras realidades ambivalentes.
Sonhar é escolher a sua realidade possível, aquela que mais serve ao aprendizado do momento. Por isso mesmo, A Origem torna os arquitetos figuras centrais do mundo inconsciente. É preciso que nossos arquitetos mestres internos desenhem realidades plausíveis nos sonhos, pois, caso contrário, não aprendemos a lição deles, já que as nossas defesas racionais não nos permitem flutuar para além de um mundo seguro.


Limiar entre Realidade e Loucura:
Cobb, o personagem central da trama interpretado por Leonardo Di Caprio, banca seus riscos e vai ao limbo da mente, um estágio no qual o vínculo com a realidade é quase nulo. O limbo é onde nos esquecemos de quem somos e não podemos mais voltar para casa enquanto o encontro com nossa alma não ocorrer novamente. Nesse lugar perigoso da mente humana, os mestres-ladrões de sonhos perdem seus amuletos e não se lembram mais que estão sonhando. O limbo é o limiar entre a realidade e a loucura, um mundo quase sem volta.
Não é por acaso que o estágio-limite entre as dimensões de consciência no filme é cercado por água. As águas são o símbolo máximo da fluidez inesgotável do inconsciente, onde as emoções não oferecem lugar para a razão. A kombi vai ao encontro da água do rio no primeiro estágio de sonho. Eis o sinal derradeiro, não há tempo depois disso para o retorno. Mergulhar nas águas significa enxergar além dos muros da consciência e entregar-se ao abismo da loucura.
É fácil perceber a vulnerabilidade de nossa mente. Quantas pessoas vemos declinadas aos vícios de todos os tipos, sem ver saída de tal realidade destrutiva? Ou como não reconhecer a força de uma publicidade bem feita que nos faz ter desejos que antes não tínhamos? Sim, nossa mente é corruptível, manipulável, dominável. E uma simples ideia pode realmente inverter nossa percepção e alterar completamente a realidade.

Mergulho no Inconsciente:
Outro elemento bastante significativo no filme é que os sonhadores que se lançam juntos em um sonho são co-responsáveis uns pelos outros. É como a lei do carma, na qual as ações e reações de cada indivíduo afetam seus semelhantes que vêm viver juntos um enredo. O mundo inconsciente tem leis próprias e, ao que tudo indica, uma delas parece ser uma lei física: "a toda ação corresponde uma reação igual e contrária", em termos de frequência e intensidade.
Como vemos, mergulhar no inconsciente não é para qualquer um. Pelo menos, não para os acomodados ou covardes de alma. A metáfora do filme carrega um ensinamento: é preciso coragem e treino para lidar com a linguagem sutil do inconsciente, manifesta nos sonhos. Por isso, para compreender um sonho não é preciso consultar livretos de símbolos (embora muitas vezes eles ajudem nas percepções). Muito mais importante que esses manuais são as reflexões sobre os sentimentos, as paisagens, os personagens e outros tantos elementos dos sonhos que trazem um significado pessoal e íntimo a cada sonhador.

Buscar a origem é ir ao encontro de si mesmo em meio às marés instáveis da alma. É ter a coragem de ir além para voltar para casa reconhecendo sua própria força e luz. Quando sonhamos vamos além e quando acordamos temos a chance diária de voltar para nossa origem e aprender um pouco mais sobre quem somos.*

*Escrito por: Clarissa de Franco*
Psicóloga, astróloga, mestre em Ciências da Religião. Atua com pessoas em processo de luto, depressão e ansiedade.

Não dormi bem, não acordei bem.
Na hora da janta, comentei chorando uma coisa que aconteceu comigo na sexta feira.
Quando eu estava caminhando pra ir ao banheiro do ultimo bar que fomos, (que era um bar que minha ex-namorada gostava de frequentar) eu vi um "vulto" ao meu lado esquerdo, como se alguém estivesse caminhando muito próximo de mim, com o mesmo movimento.
Vi um braço e um pedaço do pé e da perna.
Olhei pra trás pra ver se não tinha ninguém caminhando grudado em mim.
Não tinha ninguém.
Quando virei pra frente, olhando pro chão, vi o mesmo vulto.
Olhei pra frente sorrindo sozinha.
Nesse momento eu senti um abraço extremamente carinhoso.
Me senti preenchida. 

Contei isso chorando, questionando se eu estaria ficando louca de vez.
Afinal eu tinha sentido mesmo esse abraço.

Me pego intrigada pensando em certas coisas.
Nas coisas que aconteceram na UTI.
Nos dois sonhos que eu tive com Ela.
E agora, nesse abraço.

Como eu disse, não sei se é a minha mente fantasia, ou se realmente as coisas são muito maiores do que pensamos.


segunda-feira, 28 de março de 2011

"Mente Fantasia"

"Anônimo disse...

Acho curioso que tu te refira à ela como tua ex-namorada.
Acho que o comum seria ainda chamar de namorada, pelo menos eu acho que eu chamaria.
Acho (pela quarta vez) que tu realmente estás assumindo as coisas como elas são, e isso é o mais difícil. O resto vem com o tempo, o resto é natural, o resto é consequência. (...)"
Toda vez que eu escrevo aqui, eu tento seguir um roteiro, quem vem de palavras soltas e sentimentos impressos dentro de mim.
Se tu conversar comigo cara a cara, vai ver que eu tenho uma dificuldade absurda de concluir uma linha de raciocínio, vou começar pelo "F" ao invés de começar pelo A, vou contar o "B" no lugar do "Z". Eu penso muitas coisas ao mesmo tempo, e ainda não adquiri a capacidade de falar na velocidade do meu pensamento, se eu tento isso, certamente tu não vai entender nada, eu certamente vou gaguejar, e vou falar palavras novas, não encontradas no dicionário.
Conhece: "Arabando o baninho?"
Tradução: Abanando o Rabinho.
Eu gostaria que muitas coisas fossem diferentes e o que mais gosta de mudar as coisas, é a minha cabeça, minha mente, minha mente fantasia.
Quando me refiro a minha ex-namorada no meu dia a dia, eu não penso que ela morreu.
Quando escuto o barulho de um carro a diesel, fico olhando esperando ser uma caminhonete branca com ela dentro. E nunca é.
Nunca vi tantas caminhonetes brancas na minha vida, como vejo agora, pra ter noção em um trecho de 17km vi 8 caminhonetes brancas. 
Evito marcas que ela usava, gostava ou comia.
Evito, comidas, lugares e falas que ela dizia.
Evito um monte de coisas que envolve ela, se não, tudo na minha mente vira fantasia.
Fantasio que nada disso aconteceu, que tudo aquilo foi o meu pesadelo mais terrível e que o que eu estou vivendo hoje, não passa de um surto psicótico. De um lugar que eu criei e vivo nele a base de lembranças e promessas.
As lembranças sempre vão existir.
As promessas não cumpridas jamais vão se cumprir.
O poder da minha mente, não trará ela de volta, mas a faz viver eternamente em mim.
Tu não sabe o quanto que eu gostaria de dizer e sentir a minha namorada.
De olhar pra ela e dizer: Meu amorzinho.
Que na hora de dormir eu pudesse colocar a perna em cima dela, ao invés de me cercar com 6 travesseiros.
Que os meu choros a noite voltassem a ser por um pesadelo contado a ela.
Que a chave que estava no meu chaveiro ainda servisse pra encontra-la a qualquer horário da noite.
Que aquela voz, não fosse apenas um eco na minha cabeça.
Que aquele sorriso não fosse uma das melhores lembranças e sim uma felicidade eterna.
Que a nossa promessa de "jamais abandonar" ela conseguisse ter cumprido.
Preferiria mil vezes que ela tivesse terminado comigo, ao invés de ter desistido.
Mas as coisas não aconteceram da forma que eu gostaria e nem perto das que eu sonhei.

Então me obrigo a pensar que isso ou aquilo jamais acontecerá.
Me obrigo a escrever; minha ex-namorada.
Me obrigo a entender que ela não pertence mais a esse plano, ou a essa vida.
Me obrigo a aceitar que era isso que ela queria.
Me obrigo a viver, lutando contra a minha mente fantasia.
E vivo a sonhar que a minha mente não fantasia, e que sim, ela ainda esta viva.

Eu preciso aceitar os fatos, preciso viver minha vida, com ela na minha mente, mas sem minha mente fantasia.