quinta-feira, 24 de março de 2011

"Vão e vêm"

Eu juro que tento não pensar nela.
Eu não quero esquecer dela.
Mas é que dói tanto.
Lembro das coisas boas e claro da tragédia também.
Dói por ter sido muito bom, dói por saber que pra estar junto dela, agora é só em sonho.
Dói por lembrar da forma que tudo acabou.
Dói de um jeito e dói do outro.

Eu ainda não contei pro meu psiquiatra.
Como se conta isso pra alguém?
Como repetir a história pra ele saber sendo que eu não quero lembrar?

A minha psicóloga sabe, mas não sabe de detalhes.
Eu ainda não estive lá.
Mas mandei uma msg pra ela pedindo pra ela ler o meu blog.
Assim eu conversaria com ela só as coisas que me convém.
Mas ela disse que entendia o meu anseio pra que ela lesse, mas que deveríamos ler juntas.
É resumindo, ela quer ver como eu estou reagindo com isso.
Ela quer ver eu voltar ao dia e fazer com que eu sinta a mesma dor.
Tenho facilidade pra isso, volto na memória qualquer dia triste e sinto exatamente a mesma coisa que senti no dia.
Antes fosse, eu ter orgasmos múltiplos só de lembrar de um sexo muito bom! ¬¬
Mas amanhã vou sentar na frente dela e ficar quieta olhando pra cara dela.
Não é birra não. Me trato com ela a sete anos, esse vai ser o oitavo.
Na hora dela pedir textos meus pra usar nas palestras e cursos que ela dá, eu deixo.
Mas na hora em que eu peço pra ela ler um texto meu, ela não quer fazer sozinha.
Ai é bom, a coisa só vai e não vem.

As vezes penso que estou "muito bem assim" e que não precisaria mais da ajuda dela.
Mas também penso que isso pode ser um resquício do meu outro lado.
O que não quer enfrentar isso mais a fundo.
Eu preciso ir mais ao fundo?

Não quero coisas que só vão, que se vão.
Quero as que vêm e vão, a troca.
Nunca mais quero esse vão, esse foi e não volta, agora é apenas um vão.

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